quarta-feira, 26 de agosto de 2009

UMA PAIXÃO CHAMADA PALMEIRAS!


Se me pedirem para registrar a data de nascimento deste grande amor, frustrarei todas as expectativas. Sim. Por que essa paixão nasceu em mim e permaneceu adormecida durante o tempo que passava do andar de gatinhas para o ereto. Então, em um belo dia de sol, com a brisa fresca beijando meu rosto, quando questionado sobre o clube do meu coração, tasquei sem quaisquer hesitações: PALMEIRAS!

Não posso negar que o nascimento desta revelação não deixou de trazer grandes surpresas. Meu pai sempre foi santista, daqueles que viram Pelé jogar e com o Rei conheceu o futebol e o que há de mais mágico neste esporte verdadeiramente tupiniquim. Mas com os amores que nascem com a gente não se discute, não se briga, e apesar da resistência e esforço paterno, minha paixão floresceu e criou sólidas e fortes raízes verdes em meu coração ainda juvenil.

Então fui crescendo, o amor sedimentando. Este sentimento alvi-esmeraldino resistiu à década perdida. Naqueles dias áridos de conquistas e grandes batalhas, saciava a minha sede bebendo no cálice do passado glorioso. Os adversários e seus cultos não me atemorizavam. Os santistas com Pelé; os corintianos, de Rivelino; os tricolores, com Leônidas – exorcizava a todos com Ademir da Guia, depois do Rei, o maior de todos.

Ademir, o maestro, a elegância, a alma da academia. Quantas e quantas vezes, embevecido na retórica, esbaldava-me no campo dos sonhos, narrando para meus amigos os lances de Ademir e Dudu, da Academia. Naqueles momentos, via os jogos que não assisti, comemorava os gols que não presenciei, chorava os campeonatos que não vi serem vencidos.

Algum tempo depois, na década de 90, os títulos voltaram com força total, as vitórias ululavam nos relvados de todo o País e o Mundo reconheceu novamente a força e o espírito vencedor deste gigante esmeralda.


Um dia, porém, alguém me disse que os grandes times se equivalem, não existe esta história de distinção. Infeliz, esta é a minha definição para este colega. Por que somente em parte esta sentença é verdadeira. Se fosse ele como eu contagiado por esta paixão chamada PALMEIRAS, saberia ele, como eu sei, que esta verdade é valida para todos os outros grandes clubes de nosso País, a exceção é o nosso Alviverde.

Para nós, os palmeirenses, a conquista é uma metáfora de nossa força. O vencer pelo vencer, é profano. A vitória pela vitória, é ufanismo. A conquista para o PALMEIRAS é feita primeiro com a alma, com o coração, para depois, ganhar os gramados e as durezas dos prélios.

Para nós, os palmeirenses, a honra, a coragem, o companheirismo, a humildade, a paixão, são sentimentos que vestem nossa conquista, seja ela qual for, em que País estejamos. Não existe para o PALMEIRAS, um título que possa ser contestado, porque já entramos na batalha vencendo, só partimos para o convencer definitivamente, nossos adversários e a nós próprios.

Porém não é sobre os tablados e os pódios, levantando troféus e taças que mostramos nossa grandiosidade. É nos momentos adversos, quando a derrota nos arremessa suas garras cruéis que nós mostramos o que é galhardia e honradez. Caímos, com a mesma honra com que conquistamos. Nossas lágrimas são sempre enxugadas com o respeito de nossos adversários. Suas vitórias são sempre antológicas, quando conquistadas conosco à frente da batalha. Somos sempre pioneiros, exemplo, referência, não há como falar de bom futebol, de magia, de espetáculos, sem que nosso nome não seja lembrado e proferido em vociferante som.

Que me perdoem todos os outros, grandes por sinal, sob a concepção trivial de um torcedor comum. Mas, para o torcedor do PALMEIRAS, grande tem outra dimensão, desgarrada da acepção da vitória, da conquista pura e simples. Grande, para o palmeirense, vincula-se estritamente a nossa paixão, ao nosso amor, a esta emoção que nos impulsiona e direciona nossas vidas no cotidiano; uma emoção que nos ensina a excelência em nossa conduta; uma emoção chamada PALMEIRAS!

7 comentários:

G I L B E R T O disse...

POST SCRIPTUN:

26 de agosto de 2.009, a Sociedade Esportiva Palmeiras completa 95 anos de sua fundação.

Os mais atentos devem ter percebido que sou palmeirense até a ultima célula.

Este texto fez parte de um livro de crônicas, concurso lançado pelo Palmeiras para todo o Brasil e tive a felicidade de vê-lo escolhido para integrar esse seleto time de cronistas amante desta paixão alvi-verde.

Avanti Palestra, AVanti! Scoppia che la vittoria é nostra!

TRaduzindo:

Vamos Palestra, Vamos! Vibra que a vitória é nossa!

Perdoem-me aqueles que não gostam de futebol, eu amo, e não podia deixar de passar sem qualquer manifestação uma data tão importante em minha vida!

Abraços palestrinos em todos!

Cris França disse...

ahá...rs

eu sabia! todo mundo tem defeito...kkkkkkkkk ( brincadeirinha), sendo São Paulina eu não poderia deixar de tirar uma onda com vc, mas depois da derrota desse fim de semana. Acho que é mercecida a homenagem, porque esse ano ao que tudo indica é do verdão...rs

beijos meu amigo, o teu texto sempre bom de se ler.

Hugo de Oliveira disse...

Eta paixãooooooo.


abraços


Hugo

H E N R I Q U E disse...

Eu, como todos nós (palmeirenses), nasci sim, "verde", mas você teve uma influência enorme, para que tal sentimento palestrino realmente viesse a tona.
Por isso, lhe agradeço, pois sou PALMEIRAS, sou PALESTRA.

Sobre o texto em si, prefiro não falar nada, pois sinceramente não conseguiria.

*E esse tal livro de crônicas, eu encontro nas lojas para comprar?



Abraços


Saudações Palestrinas!

Anônimo disse...

Belíssimo post!
Também sou Palmeirense, desde que nasci e sou completamente apaixonada por esse time.

Parabéns meu Verdão, 95 anos de luta, conquistas, glórias! ♥

Quarta-feira agora (26/08) quase levei uma advertência do meu chefe, larguei os trajes sociais de trabalho, pra vestir o manto sagrado alviverde, neste dia especial algo que não poderia deixar de fazer né?! rsrs


Beijos :)

Marta Bellini disse...

Olá, Gilberto,

aqui em casa o povo é palmeirense. EU? Eu não sou nada!

Grata pela visita! Abraços

Marta
Farei o link de seu Blog!

Lua disse...

Deus é bom...é bondoso por permitir que alguém consiga traduzir em palavras o que sinto no fundo da minh'alma, amo verdadeiramente as palavras, e você de maneira exuberante clamou o gde amor que só quem é PALMEIRENSE sabe, como bem disse Joelmir Betting, Explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E A quem não é. Simplesmente impossível.Parabéns pelo lindo blog!