domingo, 26 de agosto de 2007

PARABÉNS PARA VOCÊ!!!!


Este post mereceria uma atenção ainda mais que especial, contudo, acabei de chegar do plantão e estou cansadíssimo.


Mas não posso deixar de registrar o meu Parabéns para a SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, o clube de futebol que ganhou meu coração.


Para alguns, futebol é algo trivial, não para mim, que adoro este esporte e vibro com as vitórias e as derrotas de meu time.


Até posso concordar com Drummond quando disse que aqueles que não conhecem e não gostam de futebol, a estes, unicamente a estes pertence o reino da tranquilidade.


Não para mim, não conseguiria viver sem as euforias e as frustrações que meu clube proporciona, ele é parte de mim, eu sou parte dele!


Obrigado, Palmeiras, pelas alegrias que me destes, pelos inumeros amigos que me deu e por estar todos os dias presente em minha vida.


Sociedade Esportiva Palmeiras, 26/08/2007, 93 anos de alegrias!!!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU...

...E, de repente, não mais que de repente, estava só, como sempre esteve, aliás, só do mundo, só das ridículas coisas triviais que constroem a vida de um ser humano comum, só em si próprio. Há muito que andava pensando em sua existência pacata e pequena, limitada a um restrito espaço da periferia do sucesso. Era do tipo que poucos queriam ver, usando um eufemismo para ninguém. Suas idéias eram ocas, vazias de brilhantismo, efêmeras em inteligência, natimortas na capacidade de chamar a atenção. Quando falava, ninguém lhe ouvia. Quando qualquer um falava, escutava com a dedicação dos miseráveis, faminto pelas migalhas caídas da mesa da amizade. Seu andar era arrastado, levava todo um mundo de desejos insatisfeitos e solidão às costas. Sua tristeza parecia endógena, traduzindo-se e refletindo-se de um mundo ao qual queria pertencer, mas não lhe conhecia.
E, de repente, não mais que de repente, quando sua última película de existência enterrou-se neste atoleiro que é a solidão, quis se matar e descobriu mil formas de faze-lo, das mais simples às sofisticadas; das de formas limpas àquelas com requintes de barbárie. Queria-se morto! Ser percebido, ser comentado, quem sabe uma lágrima, uma única lágrima para si, uma vez na vida, o mundo que não o conhecera vivo, o reconheceria morto. Não conseguiu...Em seu caso, suicídio significava dignidade e a dele, esta qualidade que freqüenta os grandes homens, fora embora de mãos dadas com a sua auto-estima e as virtudes, todas em desabalada carreira fugindo desesperadas da consciência de um ser humano que nascera para o ostracismo social.
Mas um dia de repente, não mais que de repente, ganhou uma fortuna em dinheiro. Não se sabe ao certo de onde o dinheiro apareceu, o fato é que ele estava lá, um monte de dinheiro, e isto, a grande quantidade, torna a sua origem irrelevante para as pessoas. Os pés sujos da fortuna são sempre ofuscados pelo corpo exuberante da riqueza. Sendo rico, nasceu para o mundo que o conheceu, o acolheu num longo e delirante abraço. O dinheiro é um excelente cosmético para a mediocridade.
E, de repente, muito de repente, era convidado para festas e recepções, participava de jantares maravilhosos e suntuosos, riam de suas piadas insossas, adoravam sua presença recheada de indiscrições e indelicadezas. Tornar-se-á querido, respeitado, necessário, tratado como um “parvenu*”, um homem de estirpe e sangue azul. Foi feliz o quanto se pode ser nestas situações onde a felicidade é fugaz, onde a falsidade exerce soberania singular. Mas nisto, sua mediocridade o ajudou. Afeito aos seus poucos atributos físicos e morais, a notoriedade luxuriante e corrompida que o dinheiro lhe deu foi suficiente. Talvez tivesse percebido isso, mas se o fez, não deixou transparecer. Não possuía a felicidade, o máximo que tinha era um arremedo dela, e para quem um dia sequer existiu, o nada era muito. Tudo o que queria era ser bajulado pelas pessoas, ainda que estas fossem tão medíocres quanto ele próprio.
Foi feliz, enquanto o dinheiro durou....E isto, não passou de um repente, não mais que um repente...

* PARVENU: do francês, filho da fortuna.

domingo, 12 de agosto de 2007

MAIS UMA SOBRE POEMAS




Meus amigos me escreveram para falar de poemas....
Como se os poemas fossem realmente tão importantes...
Os poemas não são mais importantes....
Importante é a queda da bolsa e a ultima crise econômica mundial!

Sou um perdedor na vida,
Não porque não sou rico e nunca o serei!
Isto é uma grande besteira sem igual....
Sou um fracassado por que entre o feijão e o sonho,
Esqueci do sonho e fiquei com o prato de feijão!

Agora, voltei novamente a ter dúvidas,
Afinal esta história era algo que tinha posto um fim.
Tinha dito não aos poemas porque, de alguma forma,
Eles teriam dito não a mim!?

Mas meus amigos abriram-me os olhos!
Oh! Bendita seja Vossa persistência, amados!
Chamaram-me a atenção para o sonho – novamente!
E o sonho é um dos atalhos para os poemas!
E o sonho é um dos atalhos para o amor!

Assim, voltei a pensar em amor, novamente,
Como pode ser isso, achava-me morto para essas coisas?
Poemas e amor andam de mãos dadas.
Se pelos sonhos procuro poemas (de novo!),
Pelos sonhos procuro novamente o amor!

E, que venham os poemas....e o amor!
Com novas faces....
Com novas formas....
Com novos sorrisos em suas caras...
E me façam novamente escrever poesia....
E me façam novamente amar!

Não estou sendo muito exigente,
Com poemas,
Com amor.
Tudo o que quero é escrever poemas....
Tudo o que quero é amar!

- E, depois, comer um bom prato de feijão!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O VENDEDOR DE SORRISOS

Dedicada inteiramente ao sábio amigo e artesão Aristóteles (Vicentina-MS), o fantástico vendedor de sorrisos.

Apanhou o amigo como colhe uma rosa! Com alegria, satisfação em estar por perto, em poder servir de alguma forma. A generosidade é mesmo a mais nobre entre todas as qualidades humanas. Passou com o carro algo apressado e detectou o amigo a um canto da estrada, com o olhar esquecido de si mesmo, com a auto-estima escorregando como enxurrada pelos esgotos de um cotidiano sofrido. Parou e deu marcha a ré, abriu a porta do automóvel e com um sorriso autêntico convidou-o para entrar.
Seguiram em frente, mesma direção, histórias diferentes, destinos diferentes. Ele falou entusiasmado de seu trabalho com a fabricação de brinquedos, falou das dificuldades, de como as pessoas não valorizam mais o artesanato. Parece mesmo, confessou, que as pessoas esqueceram o valor de um produto inteiramente feito por mãos humanas, entalhado na madeira, com amor, com carinho, com um sorriso nos lábios. Olhou de soslaio para os brinquedos e insistiu na conversa. Porque um brinquedo, quando fabricado por um artesão, disse ao amigo carona, é feito para fazer uma criança sorrir, ele nasce com essa vocação, ele nasce com essa missão. A alegria do artesão não é somente vender, é ver a face satisfeita do comprador, da criança que recebe o mimo. Tem as máquinas este poder? A pergunta ficou no ar, sem a resposta dita, mas encravada na consciência e no olhar de cada um dos homens.
Ele falou de vida, de como consegue viver com pouco, de como são simples os seus sonhos, porque a vida é mesmo simples. Vida simples, sonhos simples, felicidade simplificada. Equação fácil. Sorriu, sentindo-se filosofando. As coisas parecem tão óbvias quando ditas com a confiança que a sabedoria promove.
O carona o ouvia atentamente, como o aluno que escuta o mestre, como se estivesse numa ágora grega para ouvir os grandes filósofos. Sentiu-se pequeno diante de toda aquela simplicidade exultante, daquele olhar sábio em enxergar a vida e suas ramificações. O carro devorava a distância, o tempo se perdia no limbo das horas, com o olhar fixo na estrada e no amigo ouvia as lições e procurava seu entusiasmo no meio da poeira de seus problemas. Insignificante era sua dor, pois sua dor não era algo tão grande assim se comparada a todas as outras tragédias humanas. Sentiu vergonha de se achar infeliz tendo um corpo saudável, a barriga cheia, inteligência, um emprego fixo e algumas possibilidades de escrever destinos diferentes para si mesmo. Quantos, pensou, que não tem essa possibilidade de poder escrever sua própria história?
O homem parou em frente ao seu trabalho. Sorriu com felicidade redobrada, teceu meia dúzia de elogios para ele e o convidou para almoçar qualquer dia desses, em sua casa. Deu-lhe um cartão com um telefone e cobrou um contato a qualquer hora dessas, os amigos, decretou, tem que estar sempre juntos.
Partiu! Partiu como faz o sol quando cumpriu sua missão natural de doar-se sem cobranças, assim ele o foi, uma força da natureza pronto para ajudar, para contribuir, um homem bom e generoso!
O carona ficou ali por um breve momento, olhando o carro afastar-se na distância, já sentindo saudades da sabedoria do colega. Os brinquedos foram sacolejando euforia, órfãos por enquanto de uma criança que os fizessem seus. Mas, o entusiasmo do vendedor de sorrisos, certamente, encontraria para cada um de suas criações em madeira o dono certo, um brinquedo para fazer sorrir mais uma criança neste velho mundo de lágrimas.
O carona foi-se embora, andando devagar, em algum lugar de seu coração o otimismo e o entusiasmo brotavam verdes como brotos que florescem em meio a uma terra árida recentemente irrigada.