sábado, 30 de junho de 2012

CARTA DE AMOR EM RASCUNHO


republicação


Fechei os olhos por um instante e sem querer, dormi profundamente. Dormi desejoso de amores que nunca tive, ou que tive e os perdi um dia para esta vida maliciosa e insidiosa. Mas o sono que me furtou a consciência me deu sonhos e nos sonhos, podemos ser super-heróis, podemos ser lacaios e senhores, os maiores vilões que ousamos ser. Ela sorriu para mim, neste sonho. Não um sorriso desses de repentes, que nascem da exigência da educação, da necessidade social. Foi um sorriso de alegria, desses que brotam da alma e desabrocham nos lábios como se rosas fossem. Todo seu rosto iluminou-se, toda a minha face refletiu este brilho único e sublime. Ela correu para mim, e abri os meus braços e a recebi com todo o carinho que pode haver neste mundo. Seus lábios encontraram-se com os meus, nossas faces roçaram-se, meu corpo todo se arrepiou com a temperatura dela, com o cheiro dela, com o frescor daquela juventude que se entregava para mim, sem maiores contemplações ou exigências.

Falamos de coisas juvenis, de pequenas coisas que se tornam grandes para os amantes. Olhamos para o mundo todo e ele cabia inteirinho dentro de nosso quarto. Abrimos a janela e a noite estava linda, mais negra, com mais estrelas, mais fresca e a lua nos sorria mais límpida e cristalina do que nunca esteve antes. A lua é mais do que uma testemunha para os que se amam, ela é uma companheira inseparável. Tomamos água fresca no mesmo copo e rimos de nossas bocas molhadas desajeitadamente. Comemos uma comida qualquer, e ela estava deliciosa. Lavamos os pratos juntos. Ouvimos música, música romântica e dançamos nos salões da madrugada, vestidos de nudez, o black-tie dos amantes. Dormimos, sendo o meu ventre repouso tranqüilo para o seu sossego apaixonado. A brisa fresca da madrugada tocou nossas peles como se fosse o mais nobre dos cetins. Amanheceu e um canto de pássaro nos acordou. Fizemos amor antes mesmo de desejarmos bom dia um ao outro. O jardim exalava eflúvios de rosas e acariciava docemente nosso olfato. O amor me faz melhor do que realmente sou, me faz parecer gigante enquanto sou pequeno; me faz parecer lindo, dentro de uma crosta de feiúra; me faz parecer sábio, em meio a um tonel de ignorância; me traz paz, em um cotidiano em guerra. Só posso ser o que sou, o que desejo ser, com este amor que me alimenta, que me faz forte, que me dá energia. Não sou inteiro, sou somente a metade de um ser que se completa no corpo dela, com ela, somando-se a ela, misturado a ela e desse emaranhado de dois, surgindo um único forte e maravilhoso ser.

Quiçá que eu fosse Dante que foi alcançar sua amada no céu, ou Orfeu que ainda que falhasse em sua missão de buscar sua amada no inferno, ainda a pode vê-la uma ultima vez. Mas não sou eles, sou apenas um mortal entristecido que fechou os olhos para o mundo e busca os sonhos....pois é lá, em meus sonhos, que minha amada está... e onde posso ser completo novamente, onde posso ser eu novamente.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

GILBERTO, DE ASSIS


Eu caminho mais leve hoje em dia.
Não carrego mais a carga pesada de maledicências, traições e todas as maldições que me foram lançadas na minha antiga vida.
Eu sou mais feliz agora, sem arreios e sem cabrestos.
Eu piso a relva verde com os meus pés descalços,
e meu corpo descansa sobre uma esteira na poeira dos meus dias mais comuns.
Eu distribuo sorrisos hoje em dia como quem doa flores.
E as flores eu arranco do meu caminho.
O sol quando nasce me alcança
aguardando-o com uma chaleira de café quente,
e quando ele parte para seu adormecer,
seu ultimo piscar de olho vai para mim que o observa
fazendo uma poesia da varanda de minha tranqüilidade.
E as poesias voltaram, felizes e sorridentes
chamando-me novamente de querido
dizendo que sentiram saudades de mim.
De mim que sempre lhes foi o maior amante.
Porque amo a poesia do mesmo jeito que amo a vida,
entrego tudo para elas e elas dão tudo para mim.
Eu as beijo com minha boca mais quente
e meus lábios tocam os seus com a maciez de um veludo.
Meu abraço é forte e acolhedor e elas se aninham em meu peito
confessando palavras de amor aos meus ouvidos mais atentos.
Deus ouviu minhas preces e me honrou sem maneira igual!
Bendito seja Deus sobre todas as coisas!


[...]  




Eu decidi ser bom!
E caminho mais leve hoje em dia!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SE FOR PARA FALAR DE POSSIBILIDADES...


Não vou falar mais de possibilidades...
Possibilidades são sementes que são jogadas em terrenos férteis de esperança.
Não tenho mais esperanças em relação a voce.
Desta forma, morreram todas as possibilidades.
Isto soa bruto e definitivo e assassina o futuro, mas, acredite, esta mesma verdade não vale para o nosso passado.
Este, permanece imaculado, lindo e brilhante como sempre foi, como sempre será.


Por isso não desejo falar de possibilidades.
Elas nada me dizem.
Elas não tranquilizam meu coração.
Com elas, finito meu sossego, reina a escuridão absoluta, aridez poética e de felicidade.
Quero sim falar de meu passado, é lá que tu estás!
Meu passado é uma grande mina de diamantes e cada lembrança sua é uma bela pedra que retiro já lapidada pelas constantes visitas.


No passado eu sou tudo para voce.
Não sou apenas uma lembrança em sua memória atarefada de responsabilidades.
E não te condeno de nada, nossa história não conhece bandidos, nem heróis, apenas as coisas são como são, além de nossas forças, nossos desejos, nossas vontades, e estes todos sempre foram grandes.


Talvez sejamos apenas títeres do destino.
Talvez agora alguém no Olimpo esteja gargalhando em estranho deboche, dizendo para os outros deuses tomando uma grande taça de vinho servida por Baco que nosso amor é igual aos dos deuses, mas por mais que tentemos não se completa.
Nosso amor é de deuses, mas a união é mortal, e, provavelmente, o divino não se mistura mesmo com o secular.


Sei que em algum lugar nesta terra tu choras agora e tua lágrima tem o sabor igual as das minhas.
Não repudio mais essa dor, e de uma forma mais que estranha eu me apaixono por ela.
O amor não foi forte o suficiente para nos manter unidos. Mas a dor, esta sim, com um breve estalar de dedos, nos juntou em seu colo e nos serve na boca o seu leite salgado ordenhado de minhas e tuas lágrimas.


Se é a dor que nos manterá juntos, de algum jeito, será pela dor que acenderei todas as velas doravante!


Mas, por favor, todos voces! Não me falem de possibilidades...

domingo, 17 de junho de 2012

O SER PERFEITO


Eu queria mesmo é me debruçar sobre o seu corpo.
Debruçar sobre ele da mesma forma que um artista se lança em sua obra.
E que não houvesse o tempo e sua ditadura de limites.
Que não se falasse de eternidade, pois eternidade seria apenas uma lacuna.
Que não houvesse realmente nada que senão nós mesmos,
e que a única coisa que nos separasse fosse a nossa nudez completa.


Eu tenho em mim todos os beijos.
São tantos os abraços que eles transbordam em mim.
Não te falo de desejo, veja-o em meus olhos.
Minhas mãos estão carregadas de energia
e meus toques desgarram eletricidade sobre sua pele.
Sua pele! Eu sinto o seu frescor, sua maciez, seu cheiro,
mesmo quando não a toco!
Eu bebo teus suspiros e conheço cada um deles.
Eu possuo a chave que abre as portas de seu prazer.
Meus olhos sabem de cor o mapa que leva a esta maravilhosa mina,
teu prazer me é mais caro que diamantes e rubis.


Quando te beijo ou te toco e teus olhos se fecham,
abre-se em mim uma consciência de que tudo sei sobre voce.
Beijo teu pescoço com o carinho de um poeta.
Teus lábios sugo com delicadeza e força,
nesta hora a ambiguidade é sempre uma benção.
Tuas costas são a planície para meus dedos mais travessos.
E teu corpo recebe o aperto do meu.
Eu esmago num abraço em voce todas minhas vontades.


E quando surgem os dois maravilhosos montes,
Alvos como a areia do deserto,
róseos como a rosa mais linda do jardim de nabucodonosor.
Eu me lanço a eles com dedicação perfeita.
Eu os beijo, os toco, os sugo, e eles se crispam
respondendo deliciosamente ao meus estímulos.
Seus seios foram feitos à imagem dos seios de Afrodite.
E os amo tanto que esse amor somente não é maior
que o resto do meu amor por voce inteira!


E, entre tantos carinhos, tua rosa exala um perfume adocicado.
E a olho e seu V de deliciosos contornos
mostram que é o mesmo V da própria Vênus!
Eu beijo tua rosa!
Ela se oferece!
E quando invado teu jardim
com minha fúria masculina,
Seu gemido se mistura ao meu!
Seu gozo se mistura ao meu!
E nessa hora não existe mais o seu ou o meu!
Somos finalmente um!
Somos perfeitos juntos!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A HISTÓRIA DE UM AMIGO MEU....


... e ela chegou e colocou no chão todas as malas e depositou em seu homem um abraço que vinha carregado de uma saudade que media vinte e sete dias.
Vinte e sede dias pode ser pouco para algumas coisas, mas é uma eternidade para o amor!
E neste abraço recheado com beijos e juras de amor o silêncio falou por suas bocas.
O coração possui palavras melhores para descrever o amor do que a boca, ela se engana, o coração jamais! Urge que todos aprendam a linguagem do coração.

E ela olhou para a casa recém-terminada.
Não era um palácio, era a casa deles.
Conquistada com seu suor e sua luta conjunta.
E ela caminhou por tudo, passou a mão pela parede da sala, ficou encantada com o quarto do casal, sorriu por ver uma toalha de mesa desajeitadamente colocada na mesa da cozinha – os homens são atrapalhados, pensou!
Abraçou-o de novo, agora com mais carinho, sem as urgências das saudades que já exalavam seu último suspiro.

Colocaram a bebê para dormir.
Foram para a cozinha improvisar um jantar.
E ela falou da viagem, da família, das novidades do sul e das possibilidades que trazia para o norte!
Dedicou algum tempo valioso para relembrar do começo de suas vidas, a velha casa alugada, o tempo que morou na casa dos pais dela, desemprego, necessidades, carências, e a tudo venceram com dedicação, cumplicidade e amor.

E ela ficou em silêncio por um momento demorado...
Ele estranhou e levantou-se para vê-la...
Quando olhou para o seu rosto viu que de seus olhos lágrimas escorriam felizes...
Também se chora por felicidade.
Ele a tomou nos braços e a abraçou novamente, desta vez com a dedicação cega de um amante.
Amaram-se sobre a velha mesa da cozinha...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

QUANDO AS PALAVRAS SÃO FRACAS


Já te disse tanto e de tantos jeitos e tudo parece tão tolo, vazio, desconectado, como se as palavras não fossem suficientes para exprimir o sentimento de um coração.
Provavelmente não são!
Meus sentimentos necessitam de algo mais que palavras para dizer a falta que tu fazes em mim – elas são insuficientes, incapazes, incompletas.
E não existe culpa nelas!
As palavras são poderosas e ninguém se engane disso!
Somente nestas questões de amor elas não possuem a matéria perfeita.
É como as flores que precisam da água e de sol para crescerem e florescerem.
Assim é o sentimento de um homem e mulher.
Somente as palavras é pouco, precisa mais!
Eu preciso falar que te quero e preciso te tombar em lençóis brancos e macios para lhe fazer o amor!
Preciso tocar a tua pele macia e beijar todo o teu corpo.
Meus abraços são todos teus!
Meus beijos escravos de tua boca!
E tudo isso junto consegue exprimir o que sinto por você!
Então volte!
Volte!
Não te prometo ouro e pedras preciosas,
Sou pequeno para essas coisas.
Mas te darei o coração de um homem apaixonado
E todo o fogo de um corpo másculo para queimar o seu.
Dou-te a paixão!
Ofereço-te meu desejo masculino!
É tudo o que tenho...


... e tudo o que tenho é seu!!!!

domingo, 3 de junho de 2012

AUSÊNCIAS E SAUDADES


Ela chegou apressada e cansada, ainda assim seu primeiro pensamento foi para ele... ele...

Ele que na distância era somente saudades!

E saudades podem ser doloridas... Ele soube disso no segundo dia de sua partida, porque no primeiro, a sensação dela ainda queimava em seus ouvidos, coração, em sua retina.

E, enquanto ela esteve ausente, ele lhe fez poesia, derramou uma lágrima, duas lagrimas, olhou a noite todo solitário dela, sentou-se ao crepúsculo escutando as mesmas musicas românticas que compartilharam um dia.

O coração de um homem não se entende com a saudade.
O homem quer possuir, ter.
O homem não suporta ausências, não sabe sentir dessa forma.
Assim, ele se entende melhor com o sofrimento da ausência, do que com o sentimento de saudades.

E ele lhe escreveu uma dezena de e-mails que não mandou, para não perturbá-la. Ensaiou as melhores frases para serem ditas ao telefone. Imaginou mil noites de amor, cada qual melhor que a anterior. Desnudou-a de mil vestidos, tomou todas as taças de vinho que puderam e comeram as frutas da estação ao amanhecer.
Fez tudo isso e, depois, sofreu – o homem não entende de ausências.

Ela chegou apressada e cansada, ainda assim seu primeiro pensamento foi para ele... ele...


E quando ele abriu a sua caixa de mensagens e ela estava lá, entregando uma pequena frase apaixonada... Ele sorriu e seu sorriso foi molhado pela lágrima de saudade que escorria da felicidade de recebê-la.

Era a primeira vez que entendia o que era saudade.
Saudade é sentir na ausência!!!