quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PARA A BELA E ESTRANHA GAROTA...



A bela garota sorriu,
Jogou o sedoso cabelo para o lado,
Levantou-se subitamente e...
Partiu!!!
Não nos disse aonde ia...
Não nos contou seus sonhos...
(nem ouviu sequer os nossos!)
Não nos deixou seu endereço,
Uma pista qualquer,
Que nos mostrasse,
Que nos indicasse... Ela!!!
Só o que ficou foi seu cheiro,
Sei cheiro inebriante de fêmea e
Seu sorriso cálido,
A nos assaltar a todo instante,
Mexendo com nossos sentidos.
Queira Deus que o tempo
Em seu poço profundo
(sem fundo!!!)
Engula sua visão e as
Memórias instigantes
Que a bela garota nos deixou.
Por ora,
O que nos sobra e nos atormenta,
É essa grandiosa sensação de perda.
Perda de algo que não foi nosso,
Que sequer conhecemos realmente,
Contudo, vive em nós,
Como o dia que não vive sem a noite,
E a noite que não vive sem o dia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

EM TEMPOS DE CREPÚSCULO....




... Eu acredito  é no Bento Carneiro!!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

OS LARGOS CAMINHOS DA IGNORÂNCIA

Cervantes, era assim que se chamava!

Perguntou-lhe, quase desinteressado, movido pelo assanhamento da curiosidade, se ele sabia de onde virá o seu nome.

O jovem atirou-lhe uns olhos moribundos, cansados em seus 18 longos anos de vida, brilho opaco, entupidos de droga e álcool em demasia, na face repousava uma feição cretina e miserável, um sorriso estúpido. Respondeu-lhe:

- Eu não... Quem pôs esse nome doido em mim foi meu pai... Aquele louco...

E riu, sem qualquer fundamento, como se rir fosse a coisa mais natural a se fazer naquele instante em que exibia a ignorância em todas as suas formas de manifestação, em seu total esplendor.

O homem voltou-lhe as costas, desanimado pensava com seus grandes botões de farda.

“ A maior de todas as tragédias da humanidade é, sem duvidas, a ignorância!”

E a vida seguiu seu curso para ambos...

domingo, 25 de outubro de 2009

CAFÉ QUENTE NA MADRUGADA FRIA


Olhava os presos, a cadeia estava silenciosa, fechada, a cadeia dormia.
Olhava os pombos que pousavam para comer os restos de comida atirados ao pátio, a noite ainda sobrevivia, a vida começa cedo para estas aves.
Olhava para os ratos e os ratos o olhavam fixamente, ameaçadoramente, duelos de olhares na fria madrugada.
Somos todos bichos na cadeia, pensou. Alguns, selvagens; outros, na coleira; uns terceiros, domesticados. Somos todos bichos neste lugar frio e enlouquecido, bichos misturados a outros bichos pestilentos.
Estava tudo muito quieto, a tristeza esparramava seu silêncio adiposo por todos os lugares da cadeia insensível. Por que a alegria não gosta do silêncio? Questionou-se sem encontrar resposta plausível.
Em algum lugar, um rádio tocava uma canção tristonha. Mais um lamento na fria madrugada encarcerada. Um colega assobiava em seu posto, um assobio longo construído de lamúrias. Uma luz apagava-se e acendia-se de forma frenética, um balé intermitente para exultar estas tristezas que vem não se sabe de onde?
Aonde a alegria esconde-se quando o silêncio impera?
Alguém, de repente, aparece com uma xícara de café quente. Sorri. Serve-se de um gole generoso, doce, ardente, que desce acariciando sua garganta com dedos de veludo. Veludo negro. São tão valiosas estas pequenas carícias que nos são presenteadas pela vida neste lugar, aprendemos a valorizar isto aqui com profundidade. A felicidade está mesmo nas pequenas coisas, pensa, comemorando Cecília Meirelles.
Sorri novamente, com maior prazer, descobertas e café são grandes estímulos.
Sente o cheiro da bebida, delicada e ao mesmo tempo, poderosa. Sorve mais um gole quente, o frio espanta-se fugitivo do calor que a bebida proporciona. A felicidade vestida em cheiros e sabores. Este é um gole demorado, está mais atento, satisfeito, sensível aos estímulos da vida e da cadeia.
Repentinamente, algo dentro de si desperta e sente-se invadir por uma alegria súbita e indescritível.
Sorri novamente, o sorriso dos justos, das pessoas felizes, daqueles que se flagram em paz consigo mesmo. A alegria transcende as questões de tempo e espaço, pensa. Pode a cadeia aprisionar nossos sonhos?
Pega a xícara fumegante e olha algo demorado para o céu, seus olhos brilham, o coração regozijado: “À Sua saúde, meu Pai!” E toma tranqüilo seu café quente na fria madrugada da cadeia.
A alegria, pensa, vive dentro da gente.... E toma um último gole com satisfação profunda!

O PODER SUPREMO DO AMOR



Uma noite qualquer.
Um desejo absoluto.
Bocas se buscando freneticamente.
Mãos ousando toques
Cada vez mais profundos.
Nos olhos, o brilho vívido da paixão.
Os corpos entrelaçados, unidos,
Enrredados como a um único.
Difícil definir homem.
Difícil definir mulher.
Somente amor...
Somente o amor com o poder supremo:

Transformar dois em um só!

sábado, 24 de outubro de 2009

À POESIA QUE NÃO FOI ESCRITA



Houve um tempo que fui melhor com as palavras.
Escrevia melhor...
Falava melhor...
Hoje perdi esse dom, não sei...
Ele ficou preso na masmorra de algum dia esquecido.
Nas noites, que é o momento que sento para escrever,
Fico parado olhando para algum ponto,
(Para ponto nenhum),
Esperando que a fada criatividade trabalhe,
Que a Santa Inspiração me traga algum texto,
Palavras para que eu possa dedicá-las,
(todas elas!) a você,
Neste grande altar que é o nosso amor.
Mas, não consigo... Não consigo...
Maldita impossibilidade!
A lágrima que derramo por isto,
Faz-me fraco e não me traz alento.
Não procuro compaixão,
Quer de lágrimas, quer de pessoas...
Quero um texto para ti oferecer, meu amor!
Será ele meu presente maior para ti!


Perdoe-me então, mon amour!
Perdoe este poeta fracassado que não consegue compor.
As letras me abandonaram à própria sorte,
A poesia está emburrada comigo.
Mas quero que saibas que,
Ainda que não verbalize ou escreva o sentimento
Que arde dentro de meu peito por você,
Não quer dizer que eu não o sinta.
Eu te amo!
E isto é mais poderoso que a minha
Impossibilidade de escrever-lhe poesias!
Não repare, portanto, os poemas que não escrevo.
Volte seus olhos para meu coração e meus olhos
E veja nele... Veja neles...
Toda a poesia que está represada dentro de mim!


Poesia!
Poesia por ti... Por ti... Por ti...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NOITE!



Agora é noite!
E de noite enchi meus dias todos!
Os vesti,
Os paramentei,
Os perfumei, todos eles, de noite!
Na noite eu encontrei um espelho,
E nele me vi refletido!
Vi meu coração sorridente,
Minha personalidade,
Vi minha poesia brilhando
Feito estrela no céu negro.
Na noite vi refletida minha paixão,
E minha paixão ergueu-se
Como um obelisco dentro da noite,
Um totem a homenageá-la!
Eu amo a noite!
Sou parte dela.
Ela é meu elemento,
Meu melhor pensamento,
Meu mágico momento,
E, quando mergulho dentro dela,
Viajo para dentro de mim...


Agora é noite...
... E, se de noite
Enchi meus dias todos...
Exulto!
Comemoro!
Regozijo!
Eu me encontrei!


Foto: Olhares.com

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

POEMAS DE EDUARDO ALVES DA COSTA




Fragmento do poema NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI


Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.




Não te rendas jamais


Procura acrescentar um côvado
à tua altura. Que o mundo está
à míngua de valores
e um homem de estatura justifica
a existência de um milhão de pigmeus
a navegar na rota previsível
entre a impostura e a mesquinhez
dos filisteus. Ergue-te desse oceano
que dócil se derrama sobre a areia
e busca as profundezas, o tumulto
do sangue a irromper na veia
contra os diques do cinismo
e os rochedos de torpezas
que as nações antepõem a seus rebeldes.
Não te rendas jamais, nunca te entregues,
foge das redes, expande teu destino.
E caso fiques tão só que nem mesmo um cão
venha te lamber a mão,
atira-te contra as escarpas
de tua angústia e explode
em grito, em raiva, em pranto.
Porque desse teu gesto
há de nascer o Espanto



terça-feira, 20 de outubro de 2009

POEMA FEITO DE BLOGS



Idéia minha...
(Idéia nossa vai...)
Que brotou em nosso cotidiano...


Poetizar a vida é melhor que reclamá-la!


Fica combinado assim então...
A gente se encontra,
Nel mezzo del cammim,
Num canto de contar contos!
Aventurinhando...


Não nos esqueçamos, minha querida,
Que a vida é realidade,
A vida é uma roda, que gira, gira,
E o mundo gira com ela...
Viver é afinar o instrumento!




Não me incomodo mais com nada,
A vida me ensinou isso,
Em seus giros... E, no final,
As borboletas sempre voltam,
E o vento sempre sopra na ilha...


Quero brincar de novo,
Com a vida,
Com todas as coisas...
Quero ficar com a menina que
Ficou no lugar do girassol,
E a noite ver a lua
Da toca e baldocas.
Quero ir para o campo
Colher flores lindas:
Fina Frô, flor de lis.
Quero me virar em pedaços,
E quero estar na plenitude do meu ser!
Entre tantos, o que importa sou eu!




Será querer demais da vida?
Não sei... Não entendo... Nem quero saber...
Sem meias verdades...
Quero simplesmente amor!


Quero revelar-me,
Quero as memórias de vidas passadas,
(e das atuais...)


Quero tudo muito intimo e pessoal.


Assim sou eu... Assim eu quero...
Devaneios?
Pode até ser...
Devaneios de uma vida...
Devaneios de minha vida!


Não quero mesmo é reclamar...
De nada...
Eu quero é poetizar...
Eu quero mesmo é navegar....


Minha pequena homenagem aos amigos e blogs que me dão a alegria de suas visitas e amizade. Infelizmente, não deu para pôr todos, mas, prometo que, futuramente, invento algo parecido de novo.
Se, por um acaso, alguém se sentiu ofendido, comunica pelo e-mail: betogam@bol.com.br que eu imediatamente retiro e faço um pedido público de desculpas, assim me orientou e aconselhou o departamento jurídico de nel mezzo del cammim.

Blogs presentes no poema:

A menina que queria ficar no lugar do girassol, da Lu
A vida e realidade, da Maria das Graças (dulce Maria)
A vida é uma roda... E o mundo gira..., da Gorete. SoLua
Aventurinhando, da Cris e da Fatiminha
Borboletas sempre voltam, da Flavia
Canto de contar contos, da Cris
Devaneios de uma vida, da Regininha
Entretantas... Eu!, da Mahria
Fina frô, da Frô
Flor de lis, da Lis
Idéia nossa, do Álvaro Diogo e outros
Intimo e pessoal, da Adriana
Meias verdades, da Me Barbosa
Memórias de vidas passadas, da Izabel Viegas
Nel mezzo del cammim, do Gilberto
Nosso cotidiano, do Hugo (HSLO)
Pedaços, da Giselle Costa
Plenitude do ser, da Manu
Revelar-me, da Denise
Simplesmente amor, da Tatiana
Tocas e baldocas, da Baldocas.
Um vento na ilha, Sonia Schmorantz
Viver é afinar o instrumento, da Fatiminha.

SER OU NÃO SER POETA




Sou poeta.
Sou desgraçado.
Não sobrevivo da minha poesia.
Mas, vivo através dela.



FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

[...] e durante algum tempo quis agradar o mundo, como se fosse possível agradá-lo. O mundo é falso e tem diferentes facetas. Seus prazeres não se refletem nos meus...


Descobri-me estranho para o mundo... Hoje sou eu, exclusivamente eu. Eu com virtudes! Eu com defeitos! E se o mundo quer gostar de mim que goste assim... Eu o aceito como ele é: cretino, vazio, mesquinho, perverso. O mundo tem de me aceitar como sou!

... Eu fui tão tolo, durante algum tempo eu quis mesmo agradar o mundo...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

RETICÊNCIAS



Escrevi-te hoje, um poema...
De amor...
Gigante...
Não publiquei...
Grande demais...
As pessoas estão apressadas...
A vida está urgente...
Poemas grandes...
De amor...
Não combinam...
Resumi tudo, então...


Eu te amo!


Sem reticências!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ESCUTEM O SOPRO DA BRISA...



Aqui de onde espero...
Fico olhando a tarde ruir
Sob o esmagador peso da noite!


Enquanto a tarde resiste,
Ouço os pássaros cantarem,
Percebo os jardins florirem lentamente,
E a relva levantando-se em louvor.
A brisa sopra um segredo provocante
Para as folhas das árvores
E elas se agitam entusiasmadas
Com essa confissão maliciosa do vento.


Do outro lado,
Do lado de aqui onde espero,
Ela surge feminina e linda...


Ela caminha e a distância,
Enamorada dela,
Parece querer segura-la longe!


A brisa sopra novamente.
E traz até mim mais um segredo
Que capturou de seu pensamento
Que escapou do seu olhar em mim...


Ela me ama... E me quer....


Aih brisa! Brisa e tuas confissões!
Poderia te contar um milhão de segredos
Mas me calarei, não te confessarei nada!


Aqui de onde espero,
Eu a olho fixamente,
E neste olhar confesso para ela
Tudo aquilo que ela precisa saber.
Eu a amo! Eu a quero!


E quando a noite espanta a tarde,
Ela me encontra abraçado com ela.


A brisa sopra novamente...
E, sorrindo testemunha nosso amor
Sendo feito com paixão e cumplicidade!


A brisa escapa mexeriqueira...
E num uivo malicioso entre as árvores
denuncia para as folhas
Matreiras e ansiosas:


- Ninguém faz amor como eles!

O MAIS BELO DIA DE MINHA VIDA




Quero rezar,
Quero louvar,
Quero cantar,
Loas, encômios, regozijos,
Ao mais belo dia de minha vida.


O sol nasceu meia hora antes,
Quis se pôr, por conta própria,
Uma hora depois.
As cachoeiras repetem seus refrões,
Os pássaros compõem novas canções.
Vejam! As estrelas estão mais próximas,
E a lua brilha com novo colorido!
A noite está mais fresca e é a mais
Bela entre todas as noites que já se viu.
A noite vestiu seu traje de gala,
Um veludo mais preto que a própria noite.
A natureza exulta e comemora comigo,
O mais belo dia de minha vida.


Não ganhei uma fortuna!
A liberdade de ontem é a mesma de hoje.
Meu poder não enche sequer
Uma pequena xícara de café,
E todos os meus amigos se foram.
Meu carro continua quebrado.
Não existem novos livros na estante,
E, The Joshua Tree pula riscado na vitrola.
Mas, ainda assim, comemoro
O mais belo dia de minha vida.


Sem protocolos!
Sem alardes!
Sem pirotecnias!
Simples assim...


... Apenas, abri a carta que me mandastes,
E lá estava!
Tudo. Gigante. Maravilhoso.
Numa única e mágica linha...


- Eu te amo!!!


Fechei a missiva e sorri...
Sorri para o mais belo dia de minha vida!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

EDUARDO E MONICA II (Versão não autorizada)


Marcaram o encontro então...
Ela! Foi de avião, ponte aérea.
Ele! Foi de “busão” mesmo, pinga-pinga.
Ela, chegou primeiro e foi comer, restaurante fino, pediu um salmão canadense grelhado.
Ele, lógico, chegou atrasado, e comeu um “sanduba” de rodoviária, aqueles de churrasquinho grego.
Enquanto ela chegava de taxi, ar condicionado, no hotel; Ele, chegou duas horas depois, após duas “lotações”, uma “pernada”, e muito suor.
Quando ela lhe abriu a porta do quarto, estava fresca, linda, perfumada. Ele, tinha duas olheiras enormes que mais pareciam a mascara do Zorro.
Ela, toda sofisticada, gostos finos e recatados.
Ele, “caipirão”, “simplão” nos gestos e nas ambições.
Mas aí... Ah! Aí acabaram-se as diferenças...
Na cama não havia aviões, ou “busões”; nem salmões grelhados ou “sandubas” de qualidade duvidosa; eram somente eles e mais ninguém, iguais na paixão, na entrega, no tesão.
E ele a amou como homem!
E ela foi amada como mulher!
Compuseram juntos uma noite para a eternidade.
No dia seguinte, pela manhã, fizeram amor de novo e uma ultima vez, comeram um desjejum frugal, teceram juras e promessas e partiram...

... E, enquanto ela chegava em sua casa, poucas horas depois, no outro lado do País; Ele, sentado na rodoviária aguardava o seu ônibus partir (atrasado, havia quebrado na estrada). Tudo bem! Estava satisfeito consigo mesmo, estava feliz, tinha amado e sido amado...

Chegando o ônibus, pegou a velha mochila surrada, jogou-a às costas, deu uma ultima mordida no sanduíche de carne de gato e partiu...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

PARA QUE EU SEJA ETERNO!




No silêncio frio das horas eu estarei...
Estarei nelas gravado a fogo para todo o sempre!
O vento que geme por entre as folhas,
O vermelho intenso da rosa que se oferece à lua,
A lua que arregala seu grande olho estupefato,
A noite que lamuria orvalho sobre a relva.
Eu estarei... Eu estarei aí e em todas as coisas,
No silêncio frio das horas eu estarei...


Se do alto dos montes gritares meu nome,
Se o suspirares baixinho em meio a uma
Lembrança de amor.
Se tu o escreveres... Meu nome, meu nome,
Se tu o gravares na rocha e na retina de teu olhar,
Eu estarei... Eu estarei aí e em todas as coisas,
No silêncio frio das horas eu estarei...


E a brisa que afagar teus cabelos,
Ao mesmo tempo em que beijar tua face,
E acariciar a fina pele de teus lábios rubros.
E a água que escorrer pelo teu corpo nu,
Percorrer tuas curvas e teus relevos,
Desvendando todos os segredos de tua beleza.
Eu estarei... Eu estarei aí e em todas as coisas,
No silêncio frio das horas eu estarei...


E meu nome repousará numa lápide gélida e
Aos olhos do mundo serei um estranho.
Esquecido, desprezado, sepultado no esquecimento.
Estarei morto para o mundo.
Não acredito que o mundo queira se lembrar de mim...
Mas serei eterno se em tua memória
Habitar uma vaga lembrança minha,
Eu estarei aí então...
... Vivo em você...
... E no silêncio frio de todas as horas!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AO DIAS DAS CRIANÇAS!!!

O AMOR VERDADEIRO




Algumas vezes, raras vezes, quis compreender o amor, quis colocá-lo dentro de uma redoma de entendimento para apreciá-lo, para evocá-lo (talvez!?) nos momentos que me fossem mais propícios.
Não se entende o amor!
Compreendi isso ao deparar com o amor em sua total plenitude, com sua face mais bela, ao adentrar em sua essência e lá me instalar.
O amor verdadeiro não pede, oferta.
Não cobra, apazigua.
Está sempre disponível, ele aceita o que lhe é dado, é generoso, é humilde, preocupa-se com o ente amado, educa, orienta, aconselha, compartilha, participa, se compromete, conhece somente a verdade e com a verdade flerta, luta para corrigir imperfeições, mostra o caminho da retidão e corre para buscar os desviados, é luz, é paz, é honesto e cobra com justiça.
O amor verdadeiro é tão soberano que mesmo quando caímos, ele está presente em nossas vidas, nos mostrando o real valor das coisas. Ele nos faz felizes mesmo quando tudo ao nosso redor é devastação e loucura.
O amor verdadeiro não se realiza na gente, se realiza no outro. A felicidade do ser amado é mais importante que a nossa própria.
Para quem ama verdadeiramente não existem distâncias longas demais, o ente amado está sempre em seu coração.
Se há lagrimas em seus olhos, elas ficam abençoadas ao se depararem com o sorriso de quem se ama.

O amor verdadeiro é um egoísmo constante às avessas, primeiro o outro, depois nós próprios.
Nunca se entenderá o amor – ainda que se conheça o amor verdadeiro!
Amar de verdade é entrega voluntária, e ao se entregar tudo o mais é periférico, profano, segundo plano – amar é tudo, necessário, fundamental, razão de existir, outras considerações são vãs, desprezadas.
Eu conheci o amor verdadeiro e por este amor morrerei mil vezes e renascerei outras tantas.
Para mim, o amor real se faz em Thayz e Thyago, meus amados filhos!




Dedico esta crônica para meus filhos queridos (Thaty e Thy) neste dia das crianças e para todos os filhos e filhas dos amados amigos e amigas que visitam NEL MEZZO DEL CAMMIM.

domingo, 11 de outubro de 2009

AQUELE BEIJO...


Eu a beijei e quis prestar atenção em todo o beijo, para melhor descrevê-lo depois... Não para voce, para mim mesmo!
Desculpo-me! Não consegui... Não consegui...
A boca dela envolveu meus lábios, por inteiro, e todo o meu corpo.
Sua língua tocou minha língua e meu coração.
Sua pele do rosto, macia feito pele de pêssego, acariciou a minha com delicadeza e doçura.
Pelo seu beijo, a alma dela se fundiu a minha. Entendes isso? Fomos únicos pela força de um beijo mágico.
Por isso, não consigo descrever o beijo, aquele beijo...
Não era mais eu que estava ali!
Não era mais ela que estava ali!
O beijo nos levou para outra dimensão que somente os amantes conhecem... E visitam!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

PEQUENO POEMA PARA QUANDO SE SENTIRES SÓZINHA...



Quando se sentires sozinha,
Penses em mim!



Nesse momento
Eu voarei até você
E nossos espíritos se encontrarão
E faremos amor assim...
Em pensamento.



E não haverá mais conceitos,
De tempo ou de espaço...



Somente haverá:





Eu...
Você...
E nosso amor!!!

ELOGIO DA MADRASTA



Mario Vargas Llosa é um dos maiores escritores do continente sul-americano e, para mim, especificamente, foi uma sensação deliciosa conhecer seu texto. Ele é daqueles do naipe de Gabriel Garcia Marquez, colombiano, que extrai a força de sua pena de sua capacidade de contar estórias.
Llosa é um desses, é um ótimo contador de estórias.
Desta vez, entrega “Elogio da madrasta”, um romance de alta densidade erótica, que li num suspiro, montado no mesmo arrebatamento de inicio ao fim. Llosa constrói um triangulo amoroso improvável, escandaloso e que, sabemos que não tem como dar certo, os preços a pagar sempre serão onerosos, mesmo para os inocentes. Não se flerta, afinal, com a bizarrice sem que se pague um preço igualmente bizarro.
Os amores de Llosa nesta obra são intensos, as páginas transpiram as paixões que ronda as personagens, e nossos corações batem no compasso destes personagens, quando eles desfilam pelo palco desta obra magnífica.
Em “elogio da madrasta” o amor somente pode ser perfeito se dele se traduzir uma entrega sexual plena e absoluta. Não existem meios termos aqui. Ainda que o amor exista no espírito, para Llosa, aqui, ele somente se realiza na carne.
E, ainda que toda a construção do livro faça-se no erótico, isto é conduzido com maestria e distinção pelo autor peruano, em nenhum instante ele atravessa a fronteira do pornográfico, o que, convenhamos, tê-la-ia transformado em algo menor.
Perfeito. Vou à busca de outras obras deste autor que desde já se estabelece como um de meus preferidos.
Necessário.


RESENHA:

Lucrécia e dom Rigoberto vivem em contínua felicidade. Ela, uma mulher que acaba de completar 40 anos, nada perdeu de sua elegância e sensualidade; ele, no segundo casamento, descobriu finalmente os prazeres da vida conjugal. Juntos, crêem que nada pode afetar esse idílio, cheio de fantasias e sexo.
Alfonso, ou Fonchito, filho de dom Rigoberto, parecia ser o único empecilho; amava demais sua mãe, Eloísa, para aceitar a chegada de uma madrasta. Mas até ele foi conquistado pelos encantos de dona Lucrécia.
O amor do menino por sua madrasta, entretanto, vai muito além do que se esperaria de uma criança, criando uma linha tênue entre a paixão e a inocência que mudará o destino de cada um deles.
Publicado no final da década de 1980, Elogio da madrasta é uma incursão bem-humorada e sutil de Vargas Llosa na literatura erótica e, ao mesmo tempo, uma sátira bem-humorada dos mitos e temas que consagraram esse estilo literário ao longo dos séculos.

Llosa, Mario Vargas. ELOGIO DA MADRASTA. Editora Objetiva, 160 pp.

O SONHADOR



Quando o stress do cotidiano
Me assalta,
Imperceptivelmente,
Fecho os olhos,
Suspiro fundo,
E deixo-me levar...
Ganho o azul do céu,
A prata das estrelas,
Beijo sol, lua, o cosmos
Numa viagem magnífica
Que me enleva e regozija.
Meus pensamentos bradam,
Minha criatividade renasce,
E, por alguns momentos,
Sou eu novamente.
Crio novos poemas,
Recomponho antigos versos,
Faço novo o que já se foi,
E que nunca deveria ter ido,
E ter sido permanente... Em mim!
Quando esse transe termina,
Sou um menino novamente,
Sou o aprendiz de poeta
Que um dia sonhei ser.
E enquanto o tempo avança,
E vou me sobrecarregando
De responsabilidades,
Sonho mais uma vez,
Acordado e solitário,
Com um novo transe,
Com um novo meu momento,
Para que eu possa me encontrar
Com o que fui,
Ou o que realmente sou:

Um sonhador!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Fragmentos de Diário NUNCA escrito por mim


Tenho buscado minha porção lúcida, conheci a loucura e, acredite, apaixonei-me por ela! Esqueças, definitivamente, todos os estereótipos de loucura, minha loucura é totalmente inédita.





Eu faço amor com o esquisito, o bizarro me encanta, os normais são tolos e malditos, minha tribo é a dos psicodélicos... E, ao final, te confesso, tudo isso me assusta um bocado... Ando assustado comigo mesmo!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ESTILHAÇOS I

Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.


Vous êtes belles mais vous êtes vides, leur dit-il encore. On ne peut pas mourir pour vous. Bien sûr, ma rose à moi, un passant ordinaire croirait qu'elle vous ressemble. Mais à elle seule elle est plus importante que vous toutes, puisque c'est elle que j'ai arrosée. Puisque c'est elle que j'ai abritée par le paravent. Puisque c'est elle dont j'ai tué les chenilles (sauf les deux ou trois pour les papillons). Puisque c'est elle que j'ai écoutée se plaindre, ou se vanter, ou même quelquefois se taire. Puisque c'est ma rose.

Trecho de O PEQUENO PRINCIPE, Exuperry




Qual é a maior história de amor do mundo? Penso que nenhuma! Não existem questões de tamanho no amor! Todos os amores são importantes, maravilhosos....




Mas a história de amor que mais me surpreende é a de Dante pela Belle Femme Beatriz, ela transcendeu a própria vida. Dante foi vê-la no Paraiso. (Gilberto)






DEUS foi arquiteto em todos os momentos de sua obra magnífica. Ah! Mas DEUS foi POETA no exato instante em que criou a MULHER!!! (Gilberto)







Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. (Cecília Meirelles)

QUANDO ESQUECER É IMPOSSIVEL...


Esqueça, simplesmente esqueça...

Ela disse isso com o olhar suplique, com a cabeça levemente inclinada, quase acreditando nas suas palavras, torcendo e querendo que seu pedido fosse aceito.

Esquecer... Esquecer... Como esquecer?


Ele se perguntou em silêncio... Como se esquecer fosse um exercício mecânico de desligar um botão mode on/off; como se esquecer fosse uma trouxa de memórias sujas que levássemos para lavar no tanque com muita água e sabão; como se esquecer fosse o tampo do grande recipiente de memórias que, ao ser retirado este lacre, deixava toda a recordação escorrer para fora de si próprio... Simples assim?

Não, esquecer não se faz dessa forma. Ele soube disso no primeiro momento. Esquecer é uma conquista, é uma odisséia, é obstinação. Esquecer é antes de tudo substituição! Tira-se uma porção ruim da gente, joga-se ela no baú invalido das coisas mortas do passado e, neste espaço, ocupam-se novas coisas, frescas com cheiro do dia, sempre boas, sentimentos cristalinos que alvejarão a soturnidade do sótão das lembranças.

Ela ficou ali, parada, na frente dele, o eco do pedido sendo um fantasma entre eles. Ele a olhá-la, sem maldades, sem desprezos, limpo de raiva e de ódio e, acreditava ele, ser isso uma grande qualidade que conquistara nos últimos tempos. Mas, esquecer.... Esquecer não conseguia... Pelo menos não assim, como ela queria, subitamente. Todos os machucados que lhe foram produzidos por ela ainda lhe eram doloridos e alguns nem cicatrizados estavam, o sangue dessas chagas produzirá uma nódoa difícil de ser retirada à primeira lavada.

Esquecer, seria para ele, um exercício lento, constante e diário. Seria um trabalho de força e boa vontade. Talvez conseguisse, talvez não. Esquecer não está somente na gente, pensou, depende do outro, mistura-se com o tempo. Esquecer é uma dádiva. Rezou pelo milagre...

Ele não deu resposta para si, para ela. Saiu e foi dar uma volta, sem rumo, desaparecer por um instante, mergulhar num vôo solitário dentro de si próprio e de seus pensamentos. Sabia, intimamente, que esquecer seria difícil, quase impossível. Sabia que deveria aprender a conviver com ela, sem a mágica liga do amor, aprender a conviver com recordações que, como aguilhões, fustigavam-lhe o coração.

Esquecer, não!
Conviver, sim!

Tentaria, contudo. Esquecer seria sempre sua busca, sua tentativa maior, sua queda, seu salto, seu pior momento, seu melhor instante, seu mantra e sua oração. Esquecer...

E, quando morresse, quando a ceifa cortante do anjo da morte podasse pela raiz a tudo e a todos, libertando o que é bom, o que é mau, desse plano estúpido e encantador, queria que Azrael entendesse que sua capacidade de perdoar desvencilhava-se de sua habilidade de esquecer.

Ele fora incapaz de esquecer...
... Mas, conviver, foi a forma que encontrou de perdoar...

sábado, 3 de outubro de 2009

O MELHOR PEDAÇO DE MIM



Eu sinto tua falta!
Sinto tua falta ao acordar,
Ao dormir, ao respirar,
És forte em mim!!!
Pedaço de mim!
Meu inicio, meu meio, meu fim!
Sinto tua falta em mim...


Minhas alegrias não são mais tão efusivas!
Minhas tristezas ainda mais amarguradas!
Nada do que faço,
Parece me fazer melhor,
Pois eis que em mim existe,
Sua falta, sua ausência,
Que me traz a enorme carência
De sentir-me amado,
De amar...


E o que posso fazer?
Pergunto e não me respondo!


Você está aí...
Eu estou aqui...
Pedaços que fomos
De uma mesma carne,
Membros de um mesmo corpo,
Almas gêmeas que o
Destino separou...
Que a distância levou...
E deixou.... Em mim...
Essa eterna saudade de você!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

NOVA CARTA DE AMOR PARA SER LIDA NUM NOVO DIA SEGUINTE...

Meu amor!
Não me canso de amar você...
Não me canso de fazer amor com você...
Acordei e tu já tinhas ido, apressada, para a vida e para todas as demais coisas. Deixou um bilhete ao meu lado, no mesmo lugar que, momentos antes, repousava teu corpo quente... Teu corpo quente. Li seu bilhete, primeiro com os olhos, depois com o coração. Lindo...

Eu te amo, meu amor, eu te amo!

Sei que já repeti isso uma centena de vezes somente nessa última noite de amor e que deves estar cansada de ouvir isso, mas preciso dizer tantas vezes mais, encanta-me falar sobre você, me renova e me energiza dizer que te amo.

Levanto e abro a janela.

O sol que entra toca e beija meu corpo nu, corpo que foi teu, que foi tocado e beijado por você. Sinto um arrepio intimo percorrer todo meu ser ao lembrar-me de seus beijos em mim. Excito-me com a sugestão de um pensamento do que foi... a noite... a noite... Queria te amar agora!

Sorrio, imagino-te em teu trabalho: documentos a assinar, telefonemas importantes, reuniões, decisões a tomar, diagramas e relatórios para serem analisados, uma rede de assessores trabalhando por você e para você. Por um instante, invejo seu trabalho... Por um instante apenas, porque sei que a noite serás minha novamente. O trabalho te tem na superfície, eu te possuo na intimidade.

Tomo um banho demorado, e um desjejum matinal mais demorado ainda.

Telefono-te e fico em silêncio, você também, ficamos em silêncio, sintonizados numa freqüência que é só nossa.

Eu te amo, digo-te entre suspiros e sorrisos.
Eu te amo, você responde entre sorrisos e suspiros.

Com o olhar perdido nas reminiscências saio para a rua, para a vida, para todas as demais coisas que não interessam que são compulsórias.

No caminho para o trabalho te mando flores, tuas preferidas.

Ao chegar ao meu trabalho, sobre minha mesa, flores, minhas preferidas, você as mandou.

Segue a vida, seguem as horas numa escala totalmente relativa, os dias são longos e demorados, as noites rápidas e maravilhosas, preciso encontrar uma maneira de ter você todo o tempo, meu amor, para mim... Para mim... Para mim...