quinta-feira, 29 de julho de 2021

VOU LHE FAZER POESIA!

 


Há quanto tempo não te faço poesia?

Não consigo mais quantificar

E isto tornou-se desnecessário...

Forçar poesia é algo inconcebível,

Profano demais,

Violento demais,

Não se pode violentar poesias.

Poesias nascem de forma natural,

Nunca arrancadas de um coração estéril

Retiradas à força pelo fórceps

De uma necessidade pagã.

Poesias são como borboletas,

Elas simplesmente eclodem

Do casulo da criatividade.

Algumas dentro de um tempo,

Outras dentro de dois tempos,

Nunca apressadas,

Urgentes,

Fabricadas.

Poesia deve ser artesanal.

Construída letra por letra,

Palavra por palavra,

Cada verso sendo uma pedra preciosa

Que irá incrustar a coroa

Poética que será posta

Majestosamente no coração

Da mulher amada.

Se não há poesias...

Simplesmente não há.

Aguarde-as como se aguarda

O filho que vai nascer,

Como se aguarda o sol

Depois da mais negra madrugada,

Como se aguarda a primavera

Depois de um rigoroso outono.

Há quanto tempo não te faço poesia?

Deixei de pensar nisso...

Fazer poesia é fazer amor em palavras.

Não tenho lhe feito amor nas palavras,

Isso é a verdade e fico triste com isso.

Fazer poesia é fazer amor em palavras.

Tenho feito amor em você, com você,

Como se fosse a primeira vez,

Com a volúpia da primeira vez,

Com o desejo da primeira vez,

E a certeza de que serão para sempre

Todas as vezes que faremos amor.

Esta é a verdade, portanto,

E verdades arrancadas do amor

São inquestionáveis.

Toda vez que faço amor contigo,

Meu amor muito mais que amor,

Estou te fazendo poesia,

Assim, não tem faltado poesia

Em nossa vida,

Em nossa cama,

Em nosso amor...

Faço poesia toda as vezes

Que faço amor contigo!

Farei poesia nessa noite!