domingo, 30 de novembro de 2008

CANÇÃO À SOLIDÃO


Tu estarás sozinho, não quando a noite for escura demais,
E olhares para o teu lado e tudo o que enxergares for tua sombra fiel que se reflete de uma lua que insiste em ser sua única companheira.
Não, não será nessas circunstâncias...
Não estarás sozinho, absolutamente, quando estiveres sentado
Na sarjeta de alguma rua de algum lugar deste mundo, e as lágrimas
Estiverem correndo abundante por teu rosto vincado por dores.
Ou, mesmo quando abrires a agenda de telefones e todos os
Números que saltarem estarão absolutamente distantes,
Frios, estéreis para você.
A verdadeira solidão experimentarás com o mundo ao teu lado.
Com pessoas sorrindo e bebendo assuntos que não são seus.
Tu estarás realmente sozinho quando a alegria dos que te rodeiam
Não refletir a tua alegria, e terás teus sorrisos todos amarelos,
Tão falsificados de felicidade como os sentimentos que teimas ter.
Tua bebida estará amarga, assim como tua vida.
Teus interesses serão ecos dos outros, não serão seus de verdade.
Olharás para os outros, sem amor e amizade sinceros, pois
Estes sentimentos não estarão contigo, jamais, pois estarás sozinho.
Aos solitários, a maldição de uma vida sem possibilidades,
Sem portas, sem janelas, sem horizontes, nada.
Não se culpe, neste instante, por tua solidão
E tua vida infértil de sentimentos e alegrias.
As pessoas são o que são e ás vezes o destino não deseja
O que tu desejas para si, ele possui outros planos para você.
Gostaria de te dar uma receita para sair dessa situação,
Mas não a tenho e as pessoas são diferentes.
O que serve para mim, não servirá para você!
O que serve para você, nunca serviu para mim!
Tudo o que posso dizer é que se existe vida, existe uma esperança.
A vida é o maior de todos os dons, e, ás vezes, ela tira com uma mão,
E oferta generosamente com a outra.
Tenha isso como esperança e siga sempre em frente.
Ainda que estejas sozinho, estais vivo, e celebre esta maravilha
Com um copo de vinho ou um bom copo de suco de laranja.
Amanhã, quando o sol nascer poderá ser para ti, um outro dia...
de verdade, poderá lhe ser um outro dia...
As possibilidades são flores que germinam
Em solos ricos de fé e esperança!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

POR QUERER TANTO AMAR

Não quero mais o amor aos pedaços,
Servido aos bocados nesta mesa frugal do destino.
Não quero mais sonhar com o prometido,
Viver pelos cantos da vida suspirando
Êxtases que nunca vieram se entregar a mim.
Não quero mais me banhar solitário de luar.
Não quero mais aquecer meu corpo frêmito de desejos,
Com lençóis brancos em escuras madrugadas.

Quero....Quero o corpo que me foi destinado,
O corpo por mim ansiado,
O corpo que está escondido no desejo do destino.

Quero...Quero o espírito feliz e divertido,
O espírito para mim predestinado,
O espírito que fará de mim, novamente, um menino!

E, se assim, não o puder ser.
Se novamente, meus sonhos forem usurpados,
Se todas as minhas vontades forem sufocadas pelas contingências.
(Malditas contingências!)
Calarei-me então! Humilde e sereno.
Beijarei meus sonhos,
Abraçarei meus desejos,
Farei amor com as madrugadas que, fiéis,
Virão me visitar.
E, quando um dia, a morte vir beijar meus
Lábios róseos e virgens de amor,
E sorrindo, abrir seus longos braços.

Abraçarei e dançarei com ela,
Fazendo troça do passado,
Tratando com desdém o presente,
Rezando para estar no além,
O amor que essa vida negou-se a me dar....

....Esse amor completo, em corpo e alma!!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

"... E a grande verdade, meu(inha) amigo(a) é que estou fechado em uma crisálida de sofrimento, martirizando-me, auto-piedade, lambendo as minhas feridas. Depressão, nestes dias duros, é meu segundo nome, a dor é o primeiro. No momento, confesso-te, estou sem forças para lutar, por isso, tenho que ir para a claúsura e tentar entender a mim primeiro, para depois, compreender o que me rodeia, o que me faz sofrer..."

domingo, 23 de novembro de 2008


Se queres saber como estou é tudo muito fácil, adorável!

Veja a semente lançada no solo que aguarda a chuva alimentadora!
Veja a rosa mais bela e sua espera angustiada pelo amante que a colherá para ser oferecida em um ato puro de amor!
As rosas sonham o amor, adorável!
Sou então sua rosa e sonho com seu amor!

Sem a sua chegada sou a noite sem lua,
Sou um dia de folga em uma praia sem sol.
Sem lua, não há poesia! Sem sol, não há sorrisos, Baby!
És lua e és sol, tudo habitando o mesmo corpo.

Sem sua chegada....
Sou a criança que vê outras brincarem da janela de um quarto!
Sou a brisa que sopra e que não encontra um corpo para refrescar...
Sou um corpo querendo se aquecer numa lareira sem fogo.
De que vale o calor sem um corpo para aquecer-se nele, Bella?

Sem você, por perto, sou a oração sem fé!
Sou a fé sem obras!
Sou obras sem amor!
Ao final, adorável, o que importa mesmo é o amor!

Sem você...
... Sou o sorriso de uma piada insossa!
... Sou o manjar devorado sem fome!
... Sou um pássaro preso em uma gaiola!

A liberdade maior é aquela que nos permite fazer tudo o que podemos fazer, Bella!

Mas, quando chegas, adorável, quando chegas....

... és alvorada!
... és crepúsculo!
... és ar para respirar!
... és água fresca de fonte!
... és fruta colhida do pé!
... és louvor que aprendi com os anjos!

Então venhas, adorável....venhas....faça alguém feliz!
Porque a felicidade, adorável, não é ter tudo quanto se deseja,
E sim, desejar firmemente tudo o que se pode ter!!!

E, tudo o que quero, é ser seu realmente!


Foto: Olhares.com

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

FOLHAS & PENSAMENTOS




Caiu a primeira folha...

Debruçado na janela, perco-me em devaneios múltiplos e desconexos; múltiplos por serem muitos e desconexos por virem em meus pensamentos de forma aleatória sem qualquer arranjo ou organização.
Até mesmo os meus pensamentos andam desorganizados...

Caiu a segunda folha...

Fiquei tentando cantarolar uma música do R.E.M., aquela assombrosa tentativa de tentar cantar em um idioma em que você “não speak english” de jeito nenhum e fica dando uma sonoridade bacana num ajuntamento de palavras, todas elas num esforço notável para se parecerem com vocábulos ingleses. Rídiculo! Fiquei com vontade de tomar um chá das cinco, mas não sabia que ingrediente era esse chamado cinco... têm coisas que somente os ingleses vêem.

Caiu a terceira folha...

Da TV, ouço The Litle Prince assistindo um desenho onde o vilão tem nariz de serra e segura uma bola de aço atirada por um canhão com a boca. Ele se diverte. Fico me questionando o que fizeram com os desenhos clássicos de Hanna-Barbera com aquelas tramas todas inocentes: Scooby-doo Who are You??? Em meio a mais uma explosão, deve ser a décima segunda, se contei direito, a barriga dá uma roncadinha daquelas básicas sugerindo uma viagem à geladeira para dar 155 (código penal:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: furto) em alguma guloseima. Gravo em minha memória para mais tarde ir no Rambo ver se tem esse tal de chá das cinco para vender...

Caiu a quarta folha...

O que estarão fazendo agora meus amigos virtuais?

Caiu a quinta folha...

Poderia dar uma volta agora... mas, para onde?

Caiu a sexta folha...

O carteiro passa levando alguns pacotes. Fiquei com saudades de receber uma carta de verdade, escrita em folha de caderno e caneta esferográfica. Em tempos de e-mails, blogs e msn’s, essa sacolada de consoantes todas juntas, até mesmo nossas correspondências desfiguraram-se...

Caiu a oitava folha...

Voltei do Rambo... Ele não sabe também o que é chá das cinco. Sugeriu-me ir procurar no Mercado da esquina que lá pode ser que tenha... Será???

Caiu a nona folha...

Amiga minha me ligou e disse-me que adorou o filme que lhe emprestei, italianíssimo, o “Cinema Paradiso”, fiquei admirado, ainda existem pessoas que gostam de um filme de sensibilidade apurada...

Caiu a décima-folha...

Acabei de digitar no blog a cena que colhi da madrugada no Reino dos Cadeados, quando uma coruja predadora atacou um besouro. A cena é simples assim, mas os olhos de poeta e cronista me mostraram além....

Não caem mais folhas...

Penso que elas descobriram que estou aqui a observá-las, querendo dar um tratamento acadêmico a um ato ingênuo. No chão da calçada, tem um punhado delas, quietas, tranqüilas, com aquele ar de que cumpriram a sua missão... Pego uma vassoura, uma pá, varro-as para dentro de uma sacola. O Gari passa e as leva embora.... Olho para a árvore, de pé, da calçada, e, de repente, vejo uma nova folha se descolar e cair lentamente à calçada... sorrio, largo tudo que tenho na mão e volto para meu posto na janela.

Cai outra folha...

Novas folhas, novos pensamentos desconexos...

A CORUJA E O BESOURO

Uma coruja escura brotou num vôo rasante do seio da noite negra, pousou na calçada cravando suas garras poderosas em um besouro que, inadvertidamente, passeava por ali. O silêncio da noite negra foi quebrado quando a coruja escura cravou seu bico retorcido na couraça do besouro que se partiu em meio a um som tétrico. A morte tem seus sons, para o besouro era o barulho de uma couraça rasgada. A coruja olhou para os lados, todos eles, quase 360º, como a confirmar sua segurança e voou novamente, levando entre suas garras o corpo ainda agonizante do besouro. Era a vida que lutava para persistir, para resistir e se enclausurar dentro da couraça quebrada. Não muito longe dali, a coruja escura pousou sobre um telhado e cravou seu bico novamente na cabeça do besouro, a couraça partida rompeu-se definitivamente e o interior tenro e macio do coleóptero foi devorado pela voraz predadora.
Para o besouro, estavam extintas todas as chances.
A coruja, ganhava mais algumas...
FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

Enquanto a grande quimera dorme, essa velha megera, seus mil e tantos desejos fazem amor em sonhos com uma única musa inspiradora, a meretriz que é de todos e não é de ninguém: a liberdade!

domingo, 16 de novembro de 2008

CRÔNICA DE DESABAFO

À procura de um novo texto para meu perfil experimentei diversas técnicas e muitas sensações. Descartei tudo isso, não vou encher de protocolos (ainda mais!) a minha vida! Porque eu quero agora é experimentar o inusitado, quero o diferente, nunca quis ser mais um rosto na multidão e nesta fase de minha vida desprezo ainda mais a mesmice e a massificação. Se todos preferem algo, eu vou para a direção contrária, são todos Tolos. E, isto em nenhum momento quer dizer que eu seja mesmo esperto, está aí algo que não sou: esperto! O que eu sou, é o que tenho, e tudo o que tenho é minha própria personalidade – no erro e no acerto!

Sei que alguns, principalmente àqueles que não me conhecem pessoalmente, acreditarão este parágrafo arrogante. Não descarto essa possibilidade e não os condeno, terei que conviver com esta possibilidade e com este julgamento – ter personalidade é assumir riscos, é assumir posturas, para bem e para mal! Condenem-me se quiserem, amigos, até a hora que a fogueira se acender manterei minha posição de tentar ser diferenciado e pregar esta diferença como uma posição ideológica e filosófica de vida.

Não quero ser um Messias nem quero seguidores! A verdade de todos vocês talvez não seja a minha, e donos de diferentes verdades a felicidade seguirá caminhos igualmente distintos! Além do que, andei muito nestes últimos anos falando da felicidade como se ela fosse um karma, totem, ou um escalpo a ser arrancado. Sabe, desisti de dar o papel de protagonista a este tema, quero mais é que se dane a felicidade e as suas vestimentas todas, vou correr atrás dela nu e farei amor com ela por sobre um lençol de rosas vermelhas ou no chão duro do sertão – serei feliz do jeito que vier, do jeito que dar, do jeito que puder!

Este é meu novo eu, se escandalizo ou se agrego não me tem mais muita importância – não busco minha promoção nem minha desgraça pública.

Não vou mesmo é me adaptar....

....ao sistema!
....ao amor!
....a vocês!
....a nada mais....

Porque ao não me adaptar, estarei sempre em estado de alerta, e o papel de atalaia me serve mais a esta nova fase.

Atento, para o amor, em total plenitude da palavra!
Atento, para a vida, em total plenitude da palavra!
Atento, para agarrar a felicidade na hora que ela mostrar a sua cara.... seja ela qual for!

sábado, 15 de novembro de 2008

MEU PADRINHO É UM DOCE...


- Bom dia, “Padim”!
- Bom dia, meu afilhado!
- Vim vê-lo, meu “Padim”! Deixei até de brincar...
- É mesmo meu filho. Que bonito! Tome, coma este docinho!
- “brigado”, “Padim”! É gostoso “memo”...
- E então, do que estava brincando ?
- De carrinho atolado na lama...
- Ah! Então por isso essa sujeira não é ?
- É !
- Já acabou ? Quer outro docinho ?
- Quero sim, “Padim” ! Este aqui ó....
- Toma !
- “brigado” !
- De nada! Bem...e a tarde. O que você vai fazer, meu afilhado ?
- Brincar....
- Brincar de que ?
- ...de carrinho atolado na lama!
- E o que mais ? Só isso ?
- Ah! Vou vim ver o sinhô, meu “Padim”!
- Oh, que bom! Que menino mais bonitinho. Não se esquece do Padrinho...
- Não esqueço “memo”...
- Eih, mas espere! Já vai saindo. Vem cá, guri! Que horas você vem à tarde ?
- Ah, não sei ! Na hora que der vontade de comer doce. Tchau, “Padim”! “brigado”, viu!!!
FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

Acredite, meu amor, nunca sonhei com a primeira noite em que faremos amor. Sonho, isto sim, com a milésima noite e todas as outras que virão depois dela!
FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM


[...]
Certo sempre esteve Henrique, o Duarte, o Pensador de Culturama; a sabedoria, acreditem todos vocês, por vezes, vem envasada nos potes mais jovens; este sábio curumim culturamense disse-me isso um dia, em letras vestidas de itálico: "A vida pode ser bela quando a gente aprende a fazer o tempo"...

[...]

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Há muito que não escrevo poesia...
Elas escaparam de mim, em algum lugar, em alguma curva do destino.
Sinto falta delas, das poesias, do homem que fui,
do homem que concebia poesias!
Hoje não faço mais, não porque não quero,
porque não consigo...
Talvez, não tenha mais a pureza necessária...
Talvez, não tenha mais a paciência necessária...
Ou, então, o romance necessário...
Não me importa mais os porques, os motivos são todos tolos diante da conseqüência e da óbvia constatação:
Eu não faço mais poesia!!!!
Estou triste por isso....

Abaixo, reminiscências poéticas,
antigos sonetos feito por mim,
em uma época em que ainda fazia poesia....

SONETO PARA AMORES URGENTES


Toco teu corpo com mãos quase sacras,
Com um fanatismo que não existia em mim,
Desejo este teu amor ávido de urgências,
Um amor que encerra todas as tragédias!


Cada toque surge como desesperado,
Explica-se pelo sentimento e sua intensidade,
O tempo não está mesmo do meu lado,
Amar-te toda hoje, amanhã é sempre tarde!


E, por amar-te assim, de forma tão absoluta!
É que me entrego de forma plena e absurda!
Ainda que seu amor não prometa eternidade,

Por mais efêmera que seja. Simplesmente,
Quero esvaziar-me de mim completamente,
Para encher-me de você, de novo...e novamente!

SONETO DA MEIA NOITE




À meia noite, foi quando chegastes,
Trazia no olhar o desejo de amor,
No corpo a estiagem de meus beijos,
Teus lábios sedentos clamaram: Por favor!

Abri meus braços, então!
Abri meu coração, então!
Cravastes teus desejos neste corpo teu!
Tua sede de amor não é maior que eu!

Não entendo por que partes.
Se sozinhas, és metade de um ser.
A felicidade precisa de dois para viver!

Ah, amor! Que estranha maldição és tu!
O aguilhão que fere mortalmente,
É o mesmo que dá vida novamente!


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fragmentos do diário NUNCA escrito por mim
Que nem diria minha finada Vovó (Que Deus a tenha em seus braços!):


Ai eu! Ai eu! Ai eu!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

KATIA & GILBERTO...


... Quando eram pequeninos!!!!

Foto: Gentileza da eterna amiga Rosimeire Paca

PEQUENA CONVERSA COM UM ANJO


ELE: - Onde você as põe?
ELA: - Onde eu ponho o quê?
ELE: - Suas asas, meu anjo!


Ela sorri, sorriso de anjo, seus olhos brilham, suas pernas se abrem em forma de asas abertas a levantar vôo.


Ele sorri, sorriso apaixonado, extasiado com o anjo e suas asas erguidas. Faz amor, faz amor com um anjo, num céu espelhado e em cetim azul...