quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A CORUJA E O BESOURO

Uma coruja escura brotou num vôo rasante do seio da noite negra, pousou na calçada cravando suas garras poderosas em um besouro que, inadvertidamente, passeava por ali. O silêncio da noite negra foi quebrado quando a coruja escura cravou seu bico retorcido na couraça do besouro que se partiu em meio a um som tétrico. A morte tem seus sons, para o besouro era o barulho de uma couraça rasgada. A coruja olhou para os lados, todos eles, quase 360º, como a confirmar sua segurança e voou novamente, levando entre suas garras o corpo ainda agonizante do besouro. Era a vida que lutava para persistir, para resistir e se enclausurar dentro da couraça quebrada. Não muito longe dali, a coruja escura pousou sobre um telhado e cravou seu bico novamente na cabeça do besouro, a couraça partida rompeu-se definitivamente e o interior tenro e macio do coleóptero foi devorado pela voraz predadora.
Para o besouro, estavam extintas todas as chances.
A coruja, ganhava mais algumas...

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