Oh, tu homem, que acreditas que tudo possui.
Para tu que achas que o mundo é teu quintal, que o tempo te serve com generosidade, que a juventude é eterna e o momento será você mesmo que escolheras.
Para tu, que fazes da conquista teu interesse e das necessidades dos outros uma ponte para teus objetivos.
Para tu mesmo que tem esse brilho de arrogância intensa fluindo maravilhosamente em sua retina, que olha para todos do alto de sua capacidade.
Para tu que tem a saúde de ferro.
Para tu que sabes que todos os dias o sol nasce para você, para iluminar a tua estrada, para mostrar teu sucesso, para aquecer teu corpo do frio climático e do ostracismo.
Para tu que nascestes para o protagonismo em sua essência mais pura, em todos os momentos, em todos os lugares.
Para tu que és belo, que encanta as mulheres, que inveja os homens, que fazes do amor dos outros por ti uma forma de saciar seus desejos hedonistas.
Para tu, que está acima de todas as coisas, da justiça, da moral e da ética, do bem e do mal, nada te alcança em tua fortaleza.
As leis foram feitas para todos os outros, não para você, oh grande homem!
Para tu mesmo, que não sabes o que é comunhão, que desconhece a solidariedade, que acredita que generosidade é um conto de fábulas e coisa para tolos.
Para tu que sempre esteve ereto, jamais caiu de joelhos, jamais louvou e rezou, pois desconhece a Deus arrotando ser agnóstico – Deus somente existe para os miseráveis, esta é sua crença mais intima.
Para tu que mentes, de forma mais crível do que quando falas a verdade – a mentira sempre serve seus anseios.
Para tu, oh homem, não existem fronteiras, não existem barreiras, nem valores, não existe nada que não seja a satisfação de sua ambição.
A única coisa que cresce continuamente em ti, é isso grande homem, tua ambição. O resto, todo o resto, seja o que for, despreza jogando na lata de lixo que é tua existência egoísta.
Atenta-te, grande homem, atenta-te, por mais poderoso que sejas eu te alcançarei um dia – chegarei mansamente, de uma forma bastante pacata, montada numa alva ironia, tendo um rosto belo para agradar os teus olhos acostumados a ver maravilhas.
Não existirá lugar que poderás esconder-se de mim, e eu te alcançarei como alcançarei todos os outros homens.
Eu rirei de teu poder na tua cara.
Eu pisarei em todos os teus títulos e em todo o teu dinheiro.
Tua beleza não me seduz e tuas pedras brilhantes não iluminam meu querer!
Eu sou irredutível, incorruptível, sou o poder que iguala a todos no momento que sirvo meu doce vinho em meu cálice.
Eu sou a força, sou o maior de todos os fenômenos.
Deus e teus pais te deram o inicio, tu construístes a tua vida e eu determino teu final.
Vistes, és nada perante mim! És nada! Nada! Nada!
Eu sou a morte e vim te buscar...
Foto: www.olhares.com
2 comentários:
Ola Gilberto,
que lindo teu post...sobre essa justiça final, destino de todos nós...
Respondi a você sobre seu post la na minha pagina...ja comecei a pensar em alguns títulos...rs
Um grande abraço!
É verdade...
Quantas pessoas arrogantes que se acham diferentes, superiores, invencíveis, imbatíveis...
Mas a morte não tem preconceitos, ela chega para todos, quer queira, quer não!...
O final, é um só...
Gostei do final, surpreendente... fiquei à pensar, quem seria o autor dessas palavras e vem a resposta "eu sou a morte e vim te buscar!"
Genial!...
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