sábado, 28 de março de 2009

SOBRE EROS E FLECHAS DE AMOR...



Quando se tratava de mulheres era um devasso. Oh! Não tomemos a palavra em sua plena acepção. Estaríamos faltando com a verdade junto a esse companheiro. O devasso era no sentido da quantidade de mulheres, que foram muitas e variadas, brancas, morenas e negras; magras, altas e baixas e até mesmo uma gorduchinha linda que ele conheceu em uma feira no interior do Estado do Paraná. Jamais pelas formas de amar. Tinha um sorriso encantador, era quase bonito, o bom papo compensava o que lhe faltava em beleza física. Era um cavalheiro e como cavalheiro, educado e gentil. Assim, municiado de tantas armas as mulheres lhe caiam como pinos frente a uma bola de boliche bem arremessada.

Mas um dia, Eros lhe flechou! E a flecha fatal do amor cravou-se em seu coração belo e virgem para este sentimento que transforma as pessoas.

As pequenas coisas do amor, como uma troca de olhares, um bilhete enamorado surpreendido no bolso, o pôr-do-sol, um pegar de mãos, tudo isso passou a ter uma importância que para ele, antes, corrompido pelo demônio da lascividade, nunca prestara atenção. As emoções se lhe tornaram fortes e arrebatadoras, conheceu o paraíso e o sublime lhe fez ver o quanto é importante o flertar, a conquista árdua do coração amado, um passeio com ela no fim de tarde, de um beijo no rosto, ser presenteado com um sorriso apaixonado da boca feminina.

Sentiu-se bobo quando se lembrou da primeira vez que conseguiu que ela o deixasse pegar em sua mão pequenina e delicada. O fez com carinho, com amor, com dedicação, com uma nobreza de sentimentos que não sabia que residiam todos eles dentro de seu peito. Ela o olhou de soslaio, ruborizada. Ele devolveu-lhe um sorriso, de gratidão pela outorga (que palavra esquisita para um texto amoroso!) que lhe foi destinada. Seu coração ululava de alegria. Em todo o peito uma convulsão, um redemoinho que lhe provocava prazer intenso. Sentia nas veias o sangue fervendo correndo pelas vias expressas das artérias, penetrando nos atalhos das veias, correndo de encontro a um beijo sagrado no cardial. Espantou-se: Como pode um pegar de mão provocar tanta euforia?
Ah! Devíamos todos saber que não é o grau de intimidade sexual que nos torna íntimos. Não é o número de camas as quais nos deitamos que nos torna grandes amantes. O maior de todos os conquistadores não é aquele que conquista todo dia diferentes rostos, e sim, aquele que cativa todo dia, um mesmo rosto, a mesma mulher, o mesmo coração! Isso já foi dito antes, simplesmente, emprestamos nova roupagem!

Ah! Grande cavaleiro serás tu se domares o corcel dos teus desejos fúteis, colocar rédeas nele e embalar este animal poderoso em direção ao teu destino. Doma-o, nobre coração humano! Coloca-o a sua mercê, porque só se pode conhecer o verdadeiro amor aquele que ama verdadeiramente uma mulher.

Um comentário:

Regina disse...

Olá, meu doce amigo!!!

Entre um vendaval e outro, por fim, um vento calmo e sereno acabou por me trazendo de volta!!!

As flechas de amor deveriam mirar seus alvos com mais frequência nos corações masculinos e fazê-los despertar toda a sensibilidade e amor verdadeiro que são geralmente, sentidas em sua maioria, por corações femininos...

Que bom seria se todos os homens tivessem o privilégio de sentir o amor como as mulheres o sentem...

Não seria perfeito?!!!

Gilberto querido, meu coração não pode ser tão mais generoso quanto o seu... apenas tento retribuir com toda a verdade, todo o carinho que você sempre teve por mim... Obrigada de coração!...

Um lindo fim de semana, saudades...

Beijo!