terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

MAS, O QUE FAZER?


Sei que tu me deixarás e
De dor e sofrimento se encherá minha vida.
Mas, o que fazer?
Tenho que ter você nem que seja por um
Mero instante dentro da eternidade!
Não nego que haverá aqueles que me chamarão de louco,
Por atirar-me em uma relação
Que tem todas as cores de aventura,
E cujo horizonte já vem carregado de nuvens negras...
Mas, o que fazer?
Eu prefiro ser feliz num lampejo de um breve instante,
Conhecer todas as alegrias e os prazeres
Que somente um verdadeiro amor pode proporcionar,
Do que atravessar toda a existência
Marcado pela sobriedade
E pela pasmaceira da normalidade.
Sei, como sei que sou louco em agir assim,
Em renegar as águas tranqüilas de uma relação estável,
Para navegar nos mares revoltos da paixão...
Mas, o que fazer?
Como posso negar-me a beleza e a magia
De algumas noites perfeitas?
Como posso negar-me a chance de escrever as mais belas
Páginas de amor que serão escritas em minha vida e que,
De tão belas, serão relembradas pela vida inteira?
Oh! Eu sei que toda essa poesia louca
Trará algo mais em sua algibeira.
Este é o tipo de benção que somente vem acompanhado de alguma maldição.
Ninguém pode ser mesmo tão feliz nesse plano...
Mas, um dia, quando todo o peso
De meus dias estiver sobre meus ombros,
Eu poderei dizer:

Eu conheci o paraíso na terra
E para mim ele veio como sendo algumas noites de amor perfeito!

E, quando a morte abrir suas pernas para mim
E convidar-me para fazer amor,
Ela cochichará em meus ouvidos:

- Faça... faça do jeito que fizestes com ela, naquela noite em que as estrelas brilharam mais refletindo vossos sorrisos.

E todos os portões do paraíso se abrirão, novamente para mim...


Foto: Helmut Newton

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