quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O SEGREDO DE JANELA




O SEGREDO DE JANELA

Janela... Janela era uma garota bonita.
Todos conheciam janela,
Janela era de todos,
Janela não era de ninguém!
Eu conheci Janela um dia,
Bem lá no passado,
Numa época onde os sorrisos eram fartos,
Numa época onde cantávamos rock ‘n roll
E jogávamos futebol no meio da rua.
Janela é desse tempo,
Um tempo romântico,
Um tempo onde os amores eram mais intensos,
Ainda que fosse tudo mais comedido.
Janela não era comedida,
Janela era pura paixão!
Janela se entregava aos furores de seu corpo,
Não se importava com a opinião alheia,
Tudo o que lhe dizia respeito
Era unicamente suas emoções.
Janela adorava emoções,
Elas eram seu palco, seu altar,
Somente a elas Janela reverenciava.
Eu beijei janela um dia!
Afinal, janela devia ser de todos,
Ainda que não fosse de ninguém!
Um dia, depois do grande beijo,
Fui até a casa de Janela,
E encontrei tudo deserto.
As portas estavam abertas,
As janelas estavam trancadas,
O portão estava escancarado,
Da mesma forma que meus sonhos.
Falaram-me que ela havia partido,
O pai havia sido transferido,
Outra cidade, outro Estado, quem sabe?
Janela havia partido...
Janela conheceria outras bocas,
Outros abraços,
Outros amores,
Outras paixões,
Novos deuses em forma de emoções
Ajoelhar-se-iam sob o altar de janela.
Um amigo que passava também parou.
Ficou um tempo perdido em divagações.
Parecia triste com a ida de janela.
Perguntei-lhe se ele havia ficado com Janela.
Sorriu para mim, montou em sua bicicleta,
E, respondeu-me, sem picardias:
- Claro que sim! Todo mundo já...nela!!!!
Finalmente havia conhecido
O segredo de Janela....

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