... e ela chegou e colocou no chão todas as malas e depositou em seu homem um abraço que vinha carregado de uma saudade que media vinte e sete dias.
Vinte e sede dias pode ser pouco para algumas coisas, mas é uma eternidade para o amor!
E neste abraço recheado com beijos e juras de amor o silêncio falou por suas bocas.
O coração possui palavras melhores para descrever o amor do que a boca, ela se engana, o coração jamais! Urge que todos aprendam a linguagem do coração.
E ela olhou para a casa recém-terminada.
Não era um palácio, era a casa deles.
Conquistada com seu suor e sua luta conjunta.
E ela caminhou por tudo, passou a mão pela parede da sala, ficou encantada com o quarto do casal, sorriu por ver uma toalha de mesa desajeitadamente colocada na mesa da cozinha – os homens são atrapalhados, pensou!
Abraçou-o de novo, agora com mais carinho, sem as urgências das saudades que já exalavam seu último suspiro.
Colocaram a bebê para dormir.
Foram para a cozinha improvisar um jantar.
E ela falou da viagem, da família, das novidades do sul e das possibilidades que trazia para o norte!
Dedicou algum tempo valioso para relembrar do começo de suas vidas, a velha casa alugada, o tempo que morou na casa dos pais dela, desemprego, necessidades, carências, e a tudo venceram com dedicação, cumplicidade e amor.
E ela ficou em silêncio por um momento demorado...
Ele estranhou e levantou-se para vê-la...
Quando olhou para o seu rosto viu que de seus olhos lágrimas escorriam felizes...
Também se chora por felicidade.
Ele a tomou nos braços e a abraçou novamente, desta vez com a dedicação cega de um amante.
Amaram-se sobre a velha mesa da cozinha...
3 comentários:
Felicidade se reconhece assim... em momentos que parecem nunca mais se repetir.
Gostei do seu texto e sinta-se à vontade para voltar ao Sem Pudor quando quiseres.
Beijos.
Querido amigo, e como se chora de felicidade. Lindo texto. Tenha um excelente final de semana. Beijocas
Dedicação cumplicidade e amor!
Acertas na "muche" meu amigo, isso move montanhas.
Abraço, bonito texto como sempre.
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