terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A FERA

Tenho falado muito em sensualidade, corpos nus e amores selvagens. Algumas dessas poesias são atuais, então, refletem o que sou agora, o intenso e o calor sempre foram traços preponderantes da minha personalidade. Outras poesias, são da minha adolescência e de quando descobri o amor no corpo de uma mulher – durante um longo tempo, acreditei que o amor vivia nos olhos e no coração, o amor foi para mim, nessa época, um exercício de platonia, poesia e contemplação.

A adolescência é uma época de descobertas e conhecimento, é inapto dela que as perguntas vicejem para que sejam podadas pelas respostas. Desde esse tempo, entendi que a paz jamais estará em mim absolutamente, sou um homem de idéias, paixões e atitudes fortes e soberanas, homens assim são o conflito, sempre estão no olho do furacão.

Eu amo a contemplação, e tenho nostalgia dela que me pertenceu num período pré-adolescente.

Mas não é para mim... Minha devoção se torna nula pelo que sou... E sou o segundo e todos os outros tiros de minhas guerras em todos os fronts, sou macho, sou coletivo, sou razão e sou pura emoção – não tenho velas para queimar no altar da contemplação, apesar de me fascinar ela me é hoje um deus pagão!

Este diálogo, acreditem todos, não busca autopromoção. Nem destruir minha própria imagem. Quer apenas que voces me conheçam e, ao me conhecerem, entendam-me e aceitem-me assim como sou.

Sim! Tentem me mudar, o amor em todas as suas manifestações quer no outro o reflexo daquilo que acredita perfeito. Este conflito do que sou, do que posso ser, e do que querem que eu seja os que me amam, é justo, sadio, e pode me elevar enquanto eu e ser humano. Eu quero sempre crescer, ser melhor hoje do que fui ontem!

Vou acalmar meus instintos, prometo que tentarei.

Minha sexualidade é (e sempre foi) uma fera na tocaia, bem escondida na mata de minhas emoções, qualidades e cerimonialismos. Mas está lá, furiosa, selvagem, forte, masculina, esparramando feromônios por aqui e por ali, pronta para se atirar sobre sua presa.

Deixemos-la quieta!
Acalma-te fera!
Tua paz será minha paz...

7 comentários:

Cris França disse...

Gil,

Ser intenso não é defeito é qualidade.

beijos

Glorinha L de Lion disse...

Não sei se concordo com a Cris, pois te endendo meu amigo, ah! como te entendo! Eu tb sou assim...a intensidade em forma humana e ainda por cima, forma de mulher...às vezes isso me angustia, acho que é um grande defeito...em outras acho bom ser assim, pois não finjo nada, não escondo nada...minha transparência é minha força...Mas será? Me pergunto muitas vezes, na solidão de mim mesma, será que vale a pena? Ser tão intensa assim, pra que?
Ainda não cheguei à conclusão, meu amigo, se chegar, te aviso....
Beijos intensos....rsrsrsrs..

Anônimo disse...

Gilbertomeuzinho,
faça sempre o que te deixar feliz no momento, pq depois a gente muda e pensa diferente de novo.
Nada como o autoconhecimento.
Sou intensa, muito. As vezes tudo bem, as vezes tudo mal. E assim eu vou vivendo até achar um ponto de equilibrio.
Bjs.

Anônimo disse...

Ah, Gilberto...INTENSA deveria ser meu sobrenome!
Não mude!
Nem deixe tentem te mudar...
Não serias o mesmo...acredite, é assim que gostamos de voce!
bjo

Manuela Freitas disse...

Gil,
Gostei bastante de te ler a «falares» de ti próprio, geralmente os homens não «falam» assim com essa abertura, mas aquilo que tu dizes eu já me tinha apercebido na tua poesia, essa paixão que está em ti e se reflecte na forma apaixonada da tua vida...toda essa intensidade...Eu compreendo sou muito de paixões intensas!?...
Estou aqui também para te convidar a ires ao meu blogue, onde tenho uma brincadeira para ti, se quiseres alinhar.
Beijinhos,
Manuela

Regina disse...

Gilberto, meu lindo amigo!

Poetas, como eu já disse no “Devaneios”, encarnam mil almas, mil personagens e nem sempre o que se escreve, é o que necessariamente se sente... e o mérito do poeta está justamente aí, em escrever sobre o amor onde possa haver somente dor, escrever sobre alegrias, apesar da alma estar em lágrimas...

A contemplação também é ferramenta que torna muito mais bela a poesia... Gosto muito da contemplação, da nostalgia, do sonho, da fantasia... Não vejo mal nisso, pelo contrário, é o que torna fascinante a poesia!

Não te condenes, meu amigo querido, pois gostamos de tu exatamente como és!

Ademais, cá entre nós, adoramos quando soltas as tuas feras!! rsrs...

Tenha uma linda noite!

Beijo, abraço!!

(P. S.: Mais uma vez, deixei um selo para ti no “Devaneios” e, mais uma vez, digo que é pelo carinho da nossa amizade... Sinta-se à vontade em aceitar ou não... Bjs!)

Priscila Rôde disse...

Intenso sim, seus versos mostram a sua intensidade e essa é admirada por muitos e muitas. Se é ou não defeito, o que custa abraçar? Desde quando os defeitos não são também grandes atrativos e de certa forma, os nossos olhos aumentam a atenção pra não perder o foco. Mudar, talvez seja necessário. Sempre é. Tenho certeza que ficará ainda mais intenso. rs
Nem tudo o que é dito merece ser internalizado mas, se algo não te cai bem ai sim merece ser modificado. Enquanto aos outros, são outros cheios de si que escondem seus desejos mais loucos e que morrem frustrados por não ter sido assim, tão intenso como você.

Um beijo enorme!