quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A leitura de “O DIÁRIO DE ANNE FRANK” é sempre algo edificante e emocionante. Edificante pelo aspecto que de pelo olhar de uma menina de 15 anos a gente consegue perceber a beleza da vida, mesmo quando estamos enclausurados dentro de um anexo secreto, sem possibilidades de contato com o mundo exterior. Emocionante, porque a vida na clausura motivada pela necessidade de sobrevivência em uma guerra estúpida, faz com que o estresse, as reduzidas perspectivas e seu olhar sobre todas as coisas nos mostrem o quanto um conflito pode retirar do homem o que ele tem de pior. Somos tão tolos, cassamos nossos semelhantes por diferenças que são tão banais quando observamos a grandiosidade do interior que uma menina como Anne Frank, por exemplo, pode demonstrar.

Trechos do livro:


Excelentes espécimes de humanidade, esses alemães, e pensar que na verdade sou um deles! Não, isso não é verdade, Hitler retirou nossa nacionalidade há muito tempo. E além disso não há maiores inimigos na terra do que alemães e judeus. (p.65, escrito por Anne em 09/10/1942, numa sexta-feira)



Anne Frank era judia e teve de se esconder, no anexo secreto, um cômodo na empresa do pai dela, com toda a sua família e outros judeus por mais de dois anos. Ainda que fosse alemã, como Hitler, o fato de ser judia não impediu os alemães de caçá-los.



Não Importa o que eu esteja fazendo, não consigo deixar de pensar nos que se foram. Eu me surpreendo rindo e lembro de que é uma desgraça estar tão alegre. Mas será que eu deveria passar o dia inteiro chorando? Não, não posso fazer isso. Essa tristeza vai passar. (P.81, Anne Frank em 20/11/1942, sexta-feira)



Eu poderia passar horas contando a você o sofrimento trazido pela guerra, mas só ficaria ainda mais infeliz. Só podemos esperar, com toda a calma possível, que ela acabe. Judeus e Cristãos esperam, o mundo inteiro espera, e muitos esperam a morte. (P.91, Anne Frank em 13/01/1943, quarta-feira)



O livro foi editado pela Record e recomendo a sua leitura para todos, é um dos documentos mais impressionantes sobre a segunda guerra, sobre o holocausto e sobre o efeito devastador disto tudo sobre o espírito humano.

Um comentário:

Regina disse...

Sempre edificante a leitura de um bom livro...
Gostei muito da sua indicação e comentário, já está na minha lista para as próximas leituras.

Ah... o Soneto do Sorriso Perfeito é belíssimo, assim como tudo que escreves... Parabéns!

Beijos no coração, querido amigo!