sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

BAÚ DE ANO NOVO

 

 


       

Novo baú foi aberto.

Novas expectativas expostas.

Outras já velhas

Nos revisitando trajando

Cachecóis e bengalas

Ansiosas de serem satisfeitas.

Insistentes...

O antigo baú foi lacrado,

Guardado no sótão do tempo.

Alguém sugeriu que colássemos

A etiqueta: Vitória!

Resisti...

Não enxergo essa vitória,

Não sinto seu calor em

Meu coração esperançoso,

Sequer sinto seu gosto na boca.

A verdade é que a maioria de nós

Anda esquecido e desajeitado.

Agradecendo as garrafas que bebeu...

Os bifes que comeu...

O hospital que não visitou...

(tantos visitaram hospitais...)

Tudo tão pouco,

Tão insuficiente.

Esqueçamos o velho baú.

Ele foi enchido com egoísmo,

Narcisismo e coisas vãs.

Baú perdido... perdido...

Olho para dentro do novo baú,

Estico meus ouvidos

Para as promessas que acabam

De nascer na boca da humanidade.

Tu não está nelas, Pai!

A maioria da maioria de nós

Anda mesmo esquecido, Pai!

Baús se abrem...

Baús se fecham...

Jesus não nasce no coração do povo.

Quantos baús ainda nos restam???

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