Não sou muito de
acariciar o passado.
Não sou de ficar abrindo
este velho e empoeirado baú e de lá arrancar seu grande rosário de boas e más
histórias.
Não acredito mais no
passado.
Tudo o que é realmente
meu, já escrevi isso um dia n’outro
lugar, é esta prateleira de segundo do armário das horas.
É no agora que eu vivo.
É no presente que eu
posso mudar minha existência e trilhar novos caminhos.
Como sorrir com
gargalhadas já gastas?
Vou chorar sempre as
dores de ontem, sabendo que o amanhã trará lagrimas mais cristalinas para
irrigar sofrimentos frescos como a novidade de um novo dia?
Cada mal terá sempre seu
dia. Nada mais.
Hoje seria o seu
aniversário...
Lembrei-me disso sem
querer.
Deixei a imaginação brincar,
por um pouquinho.
Que bolo e guloseimas servirias?
Quantos presentes
ganharias?
Sei que convidarias a
todos, a todos mesmo, sem esquecer ninguém.
Espalharias sorrisos e
risadas como quem atira flores.
Entregarias pratos
generosos consciente dos elogios todos que receberias. Tinhas mãos de anjo na
cozinha, minha querida!
O perfume de todas as
flores que receberias ao seu próprio se misturaria, e a gente ali, a te olhar,
buscando qual aroma é flor, buscando qual fragrância é Silvia.
Ai... Ai... hoje seria o
seu aniversário...
Odeio passado, minha
amada, odeio.
Costumo flertar com o
presente e ignorar também o futuro.
Mas hoje... hoje seria o
seu aniversário...
O que já foi enterro
numa cova funda de esquecimento.
O que agora vivo
transformo em esperança.
Com esperança avisto o
futuro, que nunca foi meu, mas por este novo olhar te enxergo, Silvia!
Sei que é lá que estás.
Sei que é lá que te
reverei novamente, esquecido de aniversários, a eternidade nada entende
disso...
Breve, Silvia!
Breve, Silvia!
Será num agora que te
encontrarei, querida, quando JESUS voltar... num futuro próximo!
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