Era sua primeira tarde
de evangelização.
Partiu com os irmãos e
irmãs, todos eles e ele próprio sentindo-se um discípulo de Cristo.
Não condenemos este
irmão, estas presunções são frutos do primeiro amor.
No caminho falou do
mundo, falou muito mais das coisas do céu. Porque o que era do mundo, conhecia,
e não o havia feito feliz. O que era do céu, desejava, e somente a expectativa
o enchia do mais puro êxtase. Dividiu isso com os irmãos, foi compreendido. As
coisas do mundo ficaram todas para trás.
Fizeram as distribuições
dos setores e partiram convidando a cidade para o evento evangelístico que
seria a noite.
Algumas os acolheram com
educação.
Outros os receberam com
desinteresse.
Houve aqueles que sequer
saíram de suas casas para ouvi-los.
Poucos receberam as
palavras com alegria e promessas de participação.
Nada disso o chateou, a
ele ou aos irmãos.
Não houve em seu coração
frustrações ou decepções, não havia lugar para isso. Seu coração, não se
esqueçam, estava cheio do primeiro amor.
Ele sabia que sua
missão, como dos demais irmãos, diáconos, presbíteros, evangelistas, até mesmo
os pastores, era lançar a semente do reino de Cristo. Acolheriam suas palavras?
Isso era de cada um, coração de homem é solo que outro homem não pisa.
Depois de duas horas
evangelizando, sentiu sede.
Chegou a uma casa
qualquer e a mulher que o atendeu ofereceu café. Pediu água. E a água que
sorveu foi a mais deliciosa daqueles dias. Jesus bom saciava a sede dos seus
discípulos.
Terminado o trabalho
retornaram para a igreja.
Tudo pronto para a
cruzada.
Cadeiras, palco, som,
corações entusiasmados, promessa de chuva que não se cumpria, tudo em seu
devido lugar.
De noite, Deus se fez
presente.
A chuva não veio, em seu
lugar o Espírito Santo se derramou e tocou o coração de almas que escolheram o
céu esquecendo-se do mundo.
O pequeno discípulo
estava lá, junto com todos os outros evangelizadores e testemunhou a alegria
daqueles que se entregavam para Jesus, o salvador.
Viu os corações de cada
um dos salvos queimarem em alegria sentindo a mesma paixão que experimentou
quando ele próprio entregou-se para Jesus.
E no céu, oito coros de
aleluias e Glórias a Deus eram proferidos pelos anjos por cada alma que era
salva naquela noite.
O pequeno discípulo
finalmente entendia: Não se deve prestar atenção nas sementes que não germinam,
e sim, sempre sim, naquelas que florescem. São essas que colhem os frutos celestiais.
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