Amo-te
dentro de todo o exagero.
Como
se te amar fosse um gesto final,
Como
se dependesse minha sobrevivência,
Como
se depois de ti, meu amor,
Não
houvesse mais ninguém,
Absolutamente
mais nada,
Somente
o vazio das horas mortas.
Não
consigo suportar o comedido,
Ele
me ofende.
O
moderado não consegue suportar
A
carga de amor que lhe dedico.
Pode
um homem suportar a carga
De
todo o mundo?
Não!
Não pode.
Da
mesma forma, o equilibrado
Não
consegue comportar
O
peso de um amor que todos os dias
Ganha
mais um acréscimo.
O
comedido, meu amor, é uma caixa
Pronta
com todos os acabamentos
E
artes finais terminados.
Ela
não se adapta.
Ela
não cresce.
Ela
não se transforma.
Ela
é como é... e pronto!
Meu
amor não é assim,
Não
é mesmo assim.
Todos
os dias ele se renova,
Se
encorpa,
Ganha
força e novas tonalidades,
Seu
colorido é sempre radiante,
Sua
transparência é a mais nítida,
Sua
loucura domestica-se dentro da
Lucidez
de meu universo
Concebido
a partir do caos controlado.
É
assim que eu sou.
É
assim que eu te amo.
Palha
e fogo dentro do mesmo corpo.
Meu
amor cabe somente dentro do exagero.
Somente
lá ele pode resistir.
O
excesso é um baú adaptável,
Capaz
de guardar as contingências,
O
tempo e suas transformações,
Se
flexibilizando e crescendo
Ao
sabor dos estímulos que meu
Sentimento
por ti oferece.
Entendes
agora, meu amor, entendes?
Meu
amor por ti é superlativo
E
somente sobrevive dentro do exagero.
Somente
sei te amar assim...
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