domingo, 5 de novembro de 2017

ARMADURA TROCADA

Meu amigo, meu irmão,

O que aconteceu contigo?

Onde foi que enfiastes

Toda a tua decência?

Tua honra e dignidade,

O que foi feito delas?

Olhamos para você e

Não te enxergamos mais,

És apenas um pálido reflexo

Da imponente figura que

Fostes um dia, lá atrás,

Nos primeiros dias

De tua caminhada entre nós.

Sacrificastes nossa amizade,

Nosso respeito por ti,

Tudo o que houve entre a gente

Por algumas migalhas

Que caem da mesa do rei.

Hoje, e para sempre além de hoje,

Estais condenados a arrastar

Estas pesadas correntes

Pelos prados que pisamos.

Mudastes de armaduras

Mas o campo de batalha

Continua o mesmo...

Doravante,

Os sorrisos para ti serão amarelos,

As confidências estarão todas trancadas.

Conversas, jamais,

Os colóquios estarão restritos

A meros monossílabos

Arrancados com exagero e

Má vontade.

És um estranho

Numa terra onde tinha

Somente amigos.

Escolhestes o exílio,

Numa terra que era sua,

Viver longe de uma gente

Que sempre te amou pelo que eras.



Não sei como será no dia

Que a decepção bater em tuas portas.

O rei já escolheu as suas gentes,

E tu acreditas que estais entre eles.

Ledo engano.

Não és e nunca será um deles.

E quando descobrires isso,

Quando veres finalmente

Que aquilo que tivestes

Era a tua verdadeira riqueza.

Verás que terás desperdiçado

O maior tesouro que

Nesta vida um homem pode ter:



O respeito dos seus amigos!



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