quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A ADAGA E A CARNE


Sinto sua falta!
Assim mesmo, sem prolixidade, sem sofisticações pirotécnicas no desespero, sem maiores cosméticos na dor, sem razões acadêmicas para explicar tamanhas saudades.
Tudo natural! Nu!
Tão verdadeiro quanto a alegria que sinto contigo por perto.
Entendes...
Proximidade, satisfação. Ausência, dor.
Equação de minha vida.

E falo nisso sem querer tapinhas nas costas, abraços solidários ou lenços nos cantos dos meus olhos.
Quero mesmo é beber no mesmo cálice dos sorrisos as lágrimas que me corroem agora.
Quero a alegria de estar ao seu lado.
Quero ainda que de um jeito insano a sua ausência.
Pois que contigo tudo é absoluto e intenso!
Não conheces meias medidas!
Se na presença, o corpo goza generoso cada instante; na ausência, o espírito purifica o sentimento de te amar plenamente.

Venha, venha então, linda flor do campo!
Pois quem te possuirá será um corpo corrompido de desejo, e o gozo será do mais puro e refinado amor!
Sei e sei demais pela consciência que este tempo me dá, que tua presença é carne; tua ausência, adaga. Ambas juntas é amor, esta ferida letal, pois quanto mais a adaga fere a carne, mais a carne quer sofrer.

2 comentários:

Urbano Gonçalo de Oliveira disse...

Quanto mais a adaga fere a carne ...
Excelente post amigo Gil!
Gosto sempre de finais bem conseguidos assim, são como que um incentivo ... uma inspiração.
Aquele abraço, bom fim de semana.

Rafael disse...

so posso dizer uma palavra!
incrivel...