... o que faria ele, se ele o soubesse?
Sentaria
na relva e olharia para as estrelas,
contaria cada uma delas em
meio as reminiscências de toda a sua vida?
Chamaria as ovelhas para um bate-papo
e conversariam algumas banalidades,
E,
depois de algum tempo,
Filosofariam sobre a existência fugaz?
Mergulharia
em debates sobre o
que vem depois da morte
sem relatar para os demais que
no dia seguinte,
naquelas mesmas horas,
ele mesmo seria apenas uma memória?
Buscaria algumas ovelhas
E
pediria perdão por alguma coisa
Que
por ventura tivesse feito?
Mandaria aviso para um velho bode
Que hoje residia em um outro pasto,
e diria para ele que “sentia muito”
Por ter tomado o seu espaço
naquele lugar onde agora vivia
Seus últimos instantes de vida?
Se
entregaria para Cristo?
Buscaria em Jesus a paz que
Agora
insistia em lhe fugir?
O que faria o bode do gaúcho
Se
ele soubesse que essa
Seria
a sua última noite?
Entenderia, finalmente, que tudo
Aquilo
que desprendeu tempo
E
recursos vitais, agora,
no fim, era tudo trivialidade?
Entenderia
que a sua vida teria
Sido
mera banalidade?
Se não houver amanhã,
O que
é a nossa vida?
Esta é a última noite
do bode do gaúcho...
... e
morrer não é o maior drama...
...
não estar preparado...
Ah!
Essa sim é a grande tragédia!
Esta é a última noite do bode do gaúcho...