Há quanto tempo não te faço poesia?
Não
consigo mais quantificar
E
isto tornou-se desnecessário...
Forçar
poesia é algo inconcebível,
Profano
demais,
Violento
demais,
Não
se pode violentar poesias.
Poesias
nascem de forma natural,
Nunca
arrancadas de um coração estéril
Retiradas
à força pelo fórceps
De
uma necessidade pagã.
Poesias
são como borboletas,
Elas
simplesmente eclodem
Do
casulo da criatividade.
Algumas
dentro de um tempo,
Outras
dentro de dois tempos,
Nunca
apressadas,
Urgentes,
Fabricadas.
Poesia
deve ser artesanal.
Construída
letra por letra,
Palavra
por palavra,
Cada
verso sendo uma pedra preciosa
Que
irá incrustar a coroa
Poética
que será posta
Majestosamente
no coração
Da
mulher amada.
Se
não há poesias...
Simplesmente
não há.
Aguarde-as
como se aguarda
O
filho que vai nascer,
Como
se aguarda o sol
Depois
da mais negra madrugada,
Como
se aguarda a primavera
Depois
de um rigoroso outono.
Há
quanto tempo não te faço poesia?
Deixei
de pensar nisso...
Fazer
poesia é fazer amor em palavras.
Não
tenho lhe feito amor nas palavras,
Isso
é a verdade e fico triste com isso.
Fazer
poesia é fazer amor em palavras.
Tenho
feito amor em você, com você,
Como
se fosse a primeira vez,
Com
a volúpia da primeira vez,
Com
o desejo da primeira vez,
E
a certeza de que serão para sempre
Todas
as vezes que faremos amor.
Esta
é a verdade, portanto,
E
verdades arrancadas do amor
São
inquestionáveis.
Toda
vez que faço amor contigo,
Meu
amor muito mais que amor,
Estou
te fazendo poesia,
Assim,
não tem faltado poesia
Em
nossa vida,
Em
nossa cama,
Em
nosso amor...
Faço
poesia toda as vezes
Que
faço amor contigo!
Farei
poesia nessa noite!