para Drúcila Reis Mendes
Quando
se apagam todas as luzes
Das
arenas de todos os amores.
Quando
todas as declarações de amor
Retornam
para as gavetas dos
Criados
dos quartos dos amantes,
É
nesse momento, meu amor,
É
nesse momento que eu surjo
Dos
bastidores de toda a empolgação.
Todos
eles já desceram dos palcos,
A
poeira já começa a se ajuntar
Em cima
dos tablados.
Eu
surjo quietinho,
Não
gosto dos alardes intempestivos
Das
datas ditatoriais.
Eu
gosto é da surpresa,
Da
epifania que se desgarra
do
cinza cotidiano.
Saio
do frio do ostracismo,
Movido
pelo calor do sol
De
meu amor por você.
Esse
amor que me aquece todos os dias.
Que
me dá vida todos os dias.
Que
me ilumina todos os dias.
Quando
enfim, ele se levanta,
Numa
eterna aurora que nunca se finda,
Impulsiona-me
a vir até você
E
dizer que te amo,
Dentro
dum momento que não se encerra,
Um
momento que se enclausura dentro
De
um casulo de sentimento,
E
o que eclode nessa metamorfose
Não
é mais o instante,
É
a longa eternidade.
É
assim que eu gosto de aparecer,
Fora
da sazonalidade dos “Eu te amo”.
Quando
se cala a multidão de amantes,
Surge
a minha voz dentre esse silêncio
Que
se instala para te confessar:
Eu
te amo!
O
palco agora é todo meu,
Unicamente
meu,
E
meu sentimento,
Oh,
meu mais que amor!
Ele
é unicamente teu!