Eu andava a cada dia pelo velho
Caminho. Levava os meus frutos ao
Mercado, o meu rebanho para os campos, e
Cruzava o rio com o meu barco. Todos os
Caminhos me eram familiares.
Certa manhã o meu cesto pesava
Muito. Os homens se afastavam nos campos,
As pastagens estavam apinhadas de
Rebanhos, e o peito da terra ofegava,
Alvoroçado pelo arroz maduro.
De repente, um tremor correu pelo
Ar, parecendo que o céu me beijava a
Fronte. O meu pensamento levantou-se em
Sobressalto, como a manhã levantando-se
Da névoa.
Esqueci-me de seguir o caminho.
Andei alguns passos fora da trilha, e o meu
Mundo familiar pareceu-me estranho,
Como a flor que eu só tivesse conhecido em
Botão.
A minha sabedoria cotidiana se
Envergonhou, e eu me desviei para o
Fantástico reino das coisas. A maior sorte
Da minha vida foi perder o caminho
Naquela manhã. Encontrei então a minha
Eterna infância!
do poeta indiano Rabindranath Tagore
Querido amigo, a filosofia das religiões da Índia são mesmo incríveis. Tudo faz sentido, tudo tem um pq, lindo poema. Beijocas
ResponderExcluirMeu querido
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso este poema,não conhecia.
Um beijinho com carinho
Sonhadora