domingo, 30 de agosto de 2009

Poema transgênico

Deus criou a natureza,
E a natureza era perfeita!

Deus criou o homem,
E o homem era perfeito!

E o homem por sua ação,
Tornou-se imperfeito!

O homem mexeu na natureza,
O homem criou nova natureza,
Como poderá ser ela perfeita?

PARA MULHERES SEM JUÍZO... E ENCANTADORAS!


Você pensa que a vida é fácil garota?
Que tudo é apenas um abrir e fechar
De olhos...
De pernas...
Que o desejo (seu desejo)
É o volante de teu destino,
Que te guia e conduz em meio
A afoitas gargalhadas e orgasmos?
A vida é para você como uma grande piada,
Uma longa anedota sem fim.
Você curte todos os momentos intensamente,
Entrega-se por completo a tudo e a todos,
E seu amor é como uma cegueira,
Que não lhe deixa ver nada à sua frente,
Ao seu redor.
Tudo em você é abstrato, baby!
Abstrato...
Seus sonhos...
Seus sorrisos...
Sua felicidade...
Nada é de verdade em você, garota!
Até quando seguiras assim...
As dificuldades numa ciranda...
Os problemas como bambolês...
Seu destino numa gangorra...
Ah, garota! Tu és surpreendente...
Safada...
Bela...
E surpreendente mesmo assim.
..


Em 07/02/1994
Ilustração: colhida a esmo, na WEB.

sábado, 29 de agosto de 2009

AS FLORES IRÃO TE DIZER...


Serão as flores
Que irão te dizer,
Ao bater do vento,
Quando o sol tocá-las
De mansinho.

Serão as flores
Que irão te dizer...

Ande tranqüila
Em direção ao horizonte.
Sinta a relva sob seus pés,
Deite-se...
Sinta toda a energia
Que vem do solo.

Serão as flores
Que irão te dizer...

E enquanto estiver no chão
Escute com atenção,
Pois será nessa hora
Que as flores irão te dizer:

“O quanto te amo!!!”
“O quanto te quero!!!”


Ilustração: Monet
FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

Por um momento, um lampejo de um momento, vi em seus lábios brilhar aquele antigo sorriso – inocente, puro, infantil. Mas, tudo isso durou apenas um momento, daí a pouco, estampava-se novamente em sua face, a fúria, a maledicência, a blasfêmia.
Senti saudades de um momento...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SONETO À SABEDORIA



Será que sei tudo?
Eu não sei tudo!
Porque se tudo soubesse,
Então saberia tudo!


Ah! Se eu soubesse mesmo tudo,
Importância não teria o saber nada.
O nada não se constrói com a ausência de tudo,
O nada se constrói com a ignorância cultivada.


Sabedoria! Renego o nada, persigo o tudo!
Sei que jamais saberei tudo,
Mas morrerei lutando contra o nada.


E por tudo o que sei leva-me saber,
Que quanto mais souber, menos saberei.
O saber é tudo! A mente um nada!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

NOSSA BRIGA DE AMOR


Minha loucura histérica
De homem excitado,
Apaixonado.
Só encontra refugio
Quando te vejo
Ao meu lado!

Atiro-me em você
Suplicando teu corpo,
E você me rejeita,
Me mantém afastado!

Eu perco a cabeça
E com fervor
Mergulho em você!

Você grita.
Diz que sou tarado,
Que não quer,
Que estou fazendo
Tudo errado:
Se contorce,
Se debate,
Me esbofeteia
(tome, cara feia!!!)
Se faz de vítima,
E sou humilhado.

Mas você se entrega,
Nós fazemos amor...
E terminamos a briga
Assim...

Abraçados!!!
Agarrados!!!
Apaixonados!!!

UMA PAIXÃO CHAMADA PALMEIRAS!


Se me pedirem para registrar a data de nascimento deste grande amor, frustrarei todas as expectativas. Sim. Por que essa paixão nasceu em mim e permaneceu adormecida durante o tempo que passava do andar de gatinhas para o ereto. Então, em um belo dia de sol, com a brisa fresca beijando meu rosto, quando questionado sobre o clube do meu coração, tasquei sem quaisquer hesitações: PALMEIRAS!

Não posso negar que o nascimento desta revelação não deixou de trazer grandes surpresas. Meu pai sempre foi santista, daqueles que viram Pelé jogar e com o Rei conheceu o futebol e o que há de mais mágico neste esporte verdadeiramente tupiniquim. Mas com os amores que nascem com a gente não se discute, não se briga, e apesar da resistência e esforço paterno, minha paixão floresceu e criou sólidas e fortes raízes verdes em meu coração ainda juvenil.

Então fui crescendo, o amor sedimentando. Este sentimento alvi-esmeraldino resistiu à década perdida. Naqueles dias áridos de conquistas e grandes batalhas, saciava a minha sede bebendo no cálice do passado glorioso. Os adversários e seus cultos não me atemorizavam. Os santistas com Pelé; os corintianos, de Rivelino; os tricolores, com Leônidas – exorcizava a todos com Ademir da Guia, depois do Rei, o maior de todos.

Ademir, o maestro, a elegância, a alma da academia. Quantas e quantas vezes, embevecido na retórica, esbaldava-me no campo dos sonhos, narrando para meus amigos os lances de Ademir e Dudu, da Academia. Naqueles momentos, via os jogos que não assisti, comemorava os gols que não presenciei, chorava os campeonatos que não vi serem vencidos.

Algum tempo depois, na década de 90, os títulos voltaram com força total, as vitórias ululavam nos relvados de todo o País e o Mundo reconheceu novamente a força e o espírito vencedor deste gigante esmeralda.


Um dia, porém, alguém me disse que os grandes times se equivalem, não existe esta história de distinção. Infeliz, esta é a minha definição para este colega. Por que somente em parte esta sentença é verdadeira. Se fosse ele como eu contagiado por esta paixão chamada PALMEIRAS, saberia ele, como eu sei, que esta verdade é valida para todos os outros grandes clubes de nosso País, a exceção é o nosso Alviverde.

Para nós, os palmeirenses, a conquista é uma metáfora de nossa força. O vencer pelo vencer, é profano. A vitória pela vitória, é ufanismo. A conquista para o PALMEIRAS é feita primeiro com a alma, com o coração, para depois, ganhar os gramados e as durezas dos prélios.

Para nós, os palmeirenses, a honra, a coragem, o companheirismo, a humildade, a paixão, são sentimentos que vestem nossa conquista, seja ela qual for, em que País estejamos. Não existe para o PALMEIRAS, um título que possa ser contestado, porque já entramos na batalha vencendo, só partimos para o convencer definitivamente, nossos adversários e a nós próprios.

Porém não é sobre os tablados e os pódios, levantando troféus e taças que mostramos nossa grandiosidade. É nos momentos adversos, quando a derrota nos arremessa suas garras cruéis que nós mostramos o que é galhardia e honradez. Caímos, com a mesma honra com que conquistamos. Nossas lágrimas são sempre enxugadas com o respeito de nossos adversários. Suas vitórias são sempre antológicas, quando conquistadas conosco à frente da batalha. Somos sempre pioneiros, exemplo, referência, não há como falar de bom futebol, de magia, de espetáculos, sem que nosso nome não seja lembrado e proferido em vociferante som.

Que me perdoem todos os outros, grandes por sinal, sob a concepção trivial de um torcedor comum. Mas, para o torcedor do PALMEIRAS, grande tem outra dimensão, desgarrada da acepção da vitória, da conquista pura e simples. Grande, para o palmeirense, vincula-se estritamente a nossa paixão, ao nosso amor, a esta emoção que nos impulsiona e direciona nossas vidas no cotidiano; uma emoção que nos ensina a excelência em nossa conduta; uma emoção chamada PALMEIRAS!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

FLORES NO DESERTO


Oh! Quantas saudades eu sinto de voces!
Saudades das conversas ocas
Tricotadas para encher o tempo vazio,
Das gargalhadas exageradas,
Das piadas de mau gosto,
Dos causos repetidos e repetidos,
Dos momentos de raiva
Onde deflagrávamos dez
Revoluções por minuto.

Saudades...
De verdade...
De voces!

Sigo meu caminho,
Tentando fazer parte de algo novamente,
Tentando me fazer feliz do jeito que dá!
E as saudades seguem comigo,
Em uma das muitas prateleiras dentro de mim.
Se questiono o destino
De tudo ser assim... Assim
Do jeito que a gente não quer,
Ele dá de ombros
(como sempre, aliás!)
E oferece-me seu descaso
Numa bandeja de prata!
Cuspo a cara do destino, meus amigos!
Se não posso ser feliz
Do jeito que quero ser,
Serei feliz de outro jeito!
Também nascem flores no deserto!

E sigo em frente...
Em frente...
Em frente...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SONETO DA FIDELIDADE!



Não é provável que eu me esqueça amanhã
De todas as belas coisas que te disse hoje.
Das palavras mais bem escolhidas,
Das frases cuidadosamente construídas.


Porque a memória pode ser corrompida,
Pelo erro que insiste em se renovar.
Ainda que uma nuvem encubra o sol, ele lá está!
Somente o perdão limpa o erro e sua nódoa,


Dê-me teu beijo! Dê-me teu abraço!
Acalenta minha cabeça em teu regaço!
Verás que ninguém pode te amar mais que eu!


Arrumarei um jeito de te merecer!
Sou fraco, reconheço, não mereço te ter!
Quero aprender a ser somente teu!

MEMÓRIAS DA CASA DOS MORTOS

No ano de 1849, Dostoievsky foi condenado à morte e, minutos antes do seu fuzilamento, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na distante Sibéria. Foi durante essa fase, que durou de 1850 a 1854, que o grande escritor russo escreveria essa obra – Memórias das casas dos mortos - que seria marcante em sua vida e em seu legado literário.
Este período de prisão, Dostoievsky transformaria neste grande caderno de coletâneas que retratam diferentes situações dentro da prisão. É uma coletânea documental, escapando da esfera do romance, baseada nas muitas anotações que ele fez dentro da prisão às escondidas, da testemunha que foi de muitos diálogos somadas as suas próprias impressões. Imaginem uma pessoa de sensibilidade apurada como Dostoievsky colocada a condições extremas de aprisionamento, tentem supor a dor desse confinamento?
Como elemento de construção da obra, ele cria um personagem chamado Pietrovitch, assassino confesso de sua mulher, e a partir daí, traça o cotidiano brutal dentro da prisão. O autor russo investiga a alma e a psicologia de cada prisioneiro, qual a reação de cada um quando colocado sobre extremado sofrimento físico e mental a que são submetidos dentro da prisão e como ela aniquila com a individualidade de cada um deles.
Interessante que, mesmo nessa época, o sistema prisional não se preocupa em ressocializar o preso, que unicamente faz fomentar o ódio e exilar da sociedade os infratores da lei. Memórias da Casa dos mortos foi um êxito literário na época de seu lançamento que, a partir dessa obra, lançou-se num novo momento em sua obra, carregando consigo a experiência de ter convivido com homens que não conseguiam separar o bem do mal – suas grandes obras nasceram a partir dessa vivência.
Um livro necessário, sobretudo para quem quer conhecer a fundo a experiência dentro de uma penitenciária, que quer testemunhar um universo onde não existem anjos ou demônios, somente homens que aprenderam a conviver com o ódio e o mal e deles não se desvencilham.

Citações:

Da falta de individualidade:

[...] Por exemplo, nunca pude compreender este fato estranho e misterioso de que, durante os dez anos precisos que durou a minha clausura, nem uma só vez, nem por um minuto sequer, me visse só. Para o trabalho ia sempre numa caravana, em casa estava sempre com os meus dois companheiros, um de cada lado, e nem uma vez sequer, nem uma só vez... sozinho. Pois também a isso tive de habituar-me. (pg. 16)

A brutalidade dos homens:

Eles insultaram de um modo perfeito, artístico. Elevaram o insulto à categoria de uma ciência[...]. (p.19)

O presidiário, de presidiário não passa; uma vez que se encontra nessa situação, já uma pessoa pode descer a tudo sem se envergonhar. Era esta a sua opinião exata. Lembro-me dessa criatura repugnante, como de um fenômeno. Vivi alguns anos com assassinos, com malfeitores repelentes; mas digo convictamente que nunca, até hoje, encontrei na vida uma degradação moral tão completa, uma depravação tão consumada e com tão insolentes baixezas como as que reunia A... V.... (pg. 89)

Os maiores desejos dos presos:

O preso está ansioso por dinheiro, até a vertigem, até a loucura, e se de fato o atira pela janela agora, quando o possui, faz isso por qualquer coisa que no entanto aprecia ainda mais. Mas que pode valer mais do que o dinheiro para o preso? A liberdade, ou então, uma pequena ilusão de liberdade. Os presos são grande sonhadores. (pp. 93-94)


De como o homem se adapta ao presídio:

Sentia-me no presídio como em casa, sabia o meu lugar nas esteiras e, pelo visto, tinha-me acostumado já as coisas às quais nunca pensei poder acostumar-me na vida. (pg. 110)


Logo no meu primeiro dia de vida no presídio comecei a sonhar com a liberdade. Calcular quando terminariam os meus anos de prisão, pensar em mil coisas diversas, constituía a minha ocupação predileta. Por mais que desejasse não podia pensar noutra coisa e tenho a certeza de que outro tanto há de acontecer a todo aquele que se veja por uns tempos privado de sua liberdade. (pp. 111-112)


De como os presidiários exercem o terror como forma de poder:

Quanto mais mansos forem antes mais fortemente desejam meter medo aos outros. Sentem prazer com este medo e gozam com a repugnância que inspiram. (p.124)


Dos flagelos recebidos pelos presos dentro da prisão:

Nas suas costas, banhadas pelo vapor, ressaltavam, de maneira geral, as cicatrizes das chicotadas e das vergastadas anteriormente recebidas, de maneira que pareciam ter acabado naquele momento de ser flagelados. Terríveis cicatrizes! Corria-me um calafrio pela pele, quando olhava para elas. (pg. 139).


DOSTOIEVSKY, Fiodor. MEMÓRIAS DAS CASAS DOS MORTOS. Romance/L&PM POCKET; 2008.

sábado, 22 de agosto de 2009

TEU NOME NO VENTO...

Teu nome... Teu nome.... Chama o vento....
E Voce não responde,
Entretida com o cotidiano,
Perdida em meio a avalanche
De acontecimentos diários!

Teu nome... Teu nome.... Chama o vento....
E Voce não responde,
Ao eco de meus pedidos,
Ao eco de minhas súplicas,
Ao eco de minhas chamadas.

Chama o vento em vão...
Clama o vento em vão...

E, se quisesses tu, meu amor!
Responder a mim que te brado,
Não o precisaria fazer de cima dos telhados,
Com publicidade e alaridos...

Que o fizesse baixinho,
Num cantinho qualquer, com paixão,
Cochichando para o vento que passa,
Meu aliado... Meu irmão:

Que tu me amas...
Que tu me amas!

O vento,
Recolheria suas palavras,
As colocaria em sua algibeira
E as traria para mim... Para mim...
Devagarzinho...
Quietinho...
Baixinho...

... E eu ficaria assim...
... A ouvir o vento...

... Voce...
... O vento....
... Voce no vento....

Um cão e algumas considerações


Estar com outros e depender dos outros havia tornado-se algo natural em mim.
O trabalho que conseguira fora de minha cidade me obrigava a isso e,na realidade, não me importava. Diariamente, era um exercício de humildade e humildade sempre nos faz bem.

Ficava num pequeno trevo onde os motoristas se viam obrigados a diminuir a velocidade de seus veículos, nesse momento, algum colega me reconhecia e, numa breve troca de olhares, nos entendíamos - a carona estava ganha!!!

Nessas muitas pequenas viagens, vi muitas coisas, ouvi outras tantas e sempre tirei algumas lições disso. A vida sempre está nos mostrando algo e precisamos estar receptivos aos seus ensinamentos.

Uma vez, quando o sol já bocejava sonolência, em uma das muitas caronas que ganhei naqueles tempos, vi um pequeno cão vira-latas, sentado a beira do caminho. Estava imóvel, como se fora uma estátua. Seu olhar perdia-se num vazio e sua expressão refletia a mais pura tristeza. O carro passou rápido. Toda essa cena me surgiu como um relâmpago. Contudo, a expressão do animal ficou em minha lembrança. Em meus pensamentos, misturados ao ruído estrondoso do motor e a conversa dos demais passageiros, me questionava sobre o motivo da infelicidade do cão. Ah! Mas a vida é urgente e nos faz mais urgentes ainda. Minhas responsabilidades, minha labuta, meu cotidiano me trouxe de volta a realidade. E o tempo passou, e o cãozinho se perdeu na distância e no esquecimento.

No outro dia, quando uma nova carona e um novo amigo me prestavam serviços; passei, novamente, célere pelo local. No acostamento, no mesmo lugar do dia anterior, lá estava o cão: impassível, quieto, morto... De repente, compreendi tudo: a tristeza, seu olhar perdido, sua agonia silenciosa. Então, em algum canto do meu coração, de uma forma suave, imperceptível, uma lágrima desabrochou e rolou pela minha alma. Em meu íntimo chorei... Chorei pelo cãozinho morto, chorei por mim próprio... E por todas as pessoas!!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DUAS MARIAS SEM-VERGONHAS


Maria queria por que queria um carro novo.
Dizia-lhe que todas as amigas tinham carros zeros e ela, andava numa toupeira 2006.
Ele olhou para a mulher – linda, linda e linda!
Ficou com medo de perdê-la e como não tinha dinheiro para o carro novo, pegou as economias e partiu para Don Juan Caballero e comprou um lote de cannabis, e entupiu seu velho utilitário de marijuana.
Loucura total, sabia disso.
Pensou consigo, Ou acerta na vida ou se arrebenta de uma vez. Uma Maria, sorriu espertalhão, vai ajudar a outra...

Arrebentou-se...

Não é que furou o pneu do utilitário carregado de marijuana, e bem na hora passava um camburão cheio de policiais. Nem precisaram descobrir a lona, a fedentina de cannabis era enorme, Coisa de amador, contaram os policiais depois, rindo a beça no quartel.
Ele tentou correr, mas, bastou um grito do Sargento e ele logo se jogou no chão.
Não era bandido.
Não era traficante de verdade.
Era um tolo cinco estrelas.

Perdeu o dinheiro, o utilitário, a marijuana, a empresa que crescia a olhos vistos e Maria, sua mulher, se mandou assim que soube de tudo... Lógico, levou consigo a “toupeira” 2006, como ela chamava o belo carro.

Ficou sozinho, aliás, como sempre esteve... Só que desta vez ficou pior, a sua amiga mais fiel, a liberdade, teve de se ausentar uns tempos, mas esta, ao contrário da mulher sacana, retornaria para ele mais tarde, mais sorridente e radiante do que antes e, desta vez, tudo indicava, viria trazendo uma nova amiga com ela – a sabedoria!
No final será uma bela troca: duas marias sem-vergonhas se vão, e ele fica com a liberdade e a sabedoria.
Ele sorri deitado no seu catre de concreto escuro, com o tempo tudo vai acabar bem, Serei eu novamente, decreta para si!



Ilustração: Duas mulheres nuas, uma delas tocando diaulo; Óleo sobre desenho a nanquim; Boisgeloup 1932 Oca , Pablo Picasso

PELÍCULA DA VIDA


Na aventura
Que jamais sonhei,
Você é a atriz principal,
Ocupa lugar especial
Em todos os atos
Do roteiro.

A fotográfica é linda,
Apoteótica... Grandiosa,
E mesmo nas cenas
Mais perigosas,
Você se encanta
Com a beleza do lugar.

Vislumbrando o figurino
Deparamo-nos com a
Simplicidade dos manequins....
Mas é assim
Que se ressalta a
Interpretação dos artistas.

E assim segue a aventura,
Se é romântica
Ou dramática,
Não posso dizer.
Só sei que esta é
A aventura da minha vida
E ela...

Quero viver intensamente!!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

JOSÉ NUNCA QUIS IR....


José nunca quis ir de verdade.
Não quis ir quando criança, com o pai quando este largou sua mãe.
Não quis ir quando jovem, quando a juventude corria aos bandos para a capital, atrás de oportunidades e sonhos.
Não quis ir quando adulto, casar com Miriam que desejará com ele construir família e uma vida nova.
José nunca quis ir de verdade...
Ficou lá, toda a vida, na pequena cidade, no pequeno barraco, sentado à janela da pequena vida que ofereceu para si.
Mas um dia, José se foi, a galope, montado num infarto fulminante.
Partiu José, sem mesmo saber que ia.
A morte é sábia, sabia desde sempre que se desse uma chance a José, José não iria.

... Ainda assim, contam alguns que, ao ocaso no velho alpendre do velho barraco, ainda se pode ver José picando fumo para pitar longamente.

É verdade! José nunca quis ir...

O ANDAR DE UM SONHO


Pediu para a portaria do hotel não avisá-la de sua chegada.
Faria uma surpresa. Pensou...
Ele tomou o elevador e subiu para o décimo segundo andar de seus sonhos.
Seu coração batia acelerado, a respiração ofegava, o sangue ebulia nas veias, o corpo magro e atlético tremia à expectativa do amor. Fechou os olhos na solidão do elevador que subia em direção do sonho... O sonho... Desejou-a pela milésima vez dentro do sonho. Um volume cresceu protuberante dentro das calças alimentado pelo suor de toda a sensualidade que exalava de seu ser.
Chegou à porta do quarto.
Abriu-a lentamente.
O quarto na penumbra, uma penumbra erótica e macia.
Olhou-a e ela estava na cama, nua, o corpo delicioso e branco aguardando-o para o amor. Viu-lhe as formas, as curvas, o corpo todo geograficamente gostoso: planícies planas, relevos cheio de contornos, dois belos e altos montes no centro de tudo.
Apaixonou-se de novo por aquela mulher no décimo segundo andar do sonho.
Chegou mais perto dela para lhe beijar... Lhe beijar...
Ela dormia. Ela dormia! Ela dormia...
Ficou quietinho, ainda que armado de desejo e aconchegou-se ao seu lado de mansinho. Para quem haverá esperado a vida toda, esperaria por mais um pouco... Além de tudo, seria delicioso ser acordado por ela, com ela...

Fariam amor pela manhã, ao alvorecer....

terça-feira, 18 de agosto de 2009

BRINCANDO DE FAZER AMOR

Nos entretantos
De nossos momentos de paixão,
Perco-me em devaneios,
Em espasmos de orgasmos
Sem finalmentes.

Tudo é feito com ardor,
Amor,
Humor,
E apesar de ser tudo
Tão sério,
A nossa maneira,
Não passa de mais
Uma gostosa brincadeira.

E quando brincamos de fazer amor,
Esquecemos de tudo,
Ficamos perdidos,
Em nosso mundo.

E enquanto nossa
Nudez sobrevive,
A fantasia existe.

É nesses momentos
Que eu sou mais feliz.
Como se fosse uma criança
Quando diz:

- Quero mais...
( de você!!!)

VOAR COMO OS PÁSSAROS


Voar...
Bater forte as asas!
Livre,
Para ir a qualquer lugar!


Felizes os pássaros...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

TAJ MAHAL


Acerca o grande presente de SHAH JAHAN para sua amada princesa MUMTAZ MAHAL, o TAJ MAHAL, o poeta indiano Rabindránath Tagore, escreveu:



Tu deixastes que o teu poder real se desvanecesse, Shah Jahan, mas desejavas tornar imperecível uma lágrima de amor.

O tempo não tem piedade do coração humano, e zomba da triste luta para recordar. Tu o enganaste com a beleza e o tornaste prisioneiro, e coroaste a morte informe com a forma que não murcha.

O segredo que no silêncio da noite sussurravas ao ouvido da tua amada agora está gravado no perpétuo silêncio da pedra. Embora os impérios se desmoronem em pó e os séculos se percam nas sombras, o mármore ainda suspira para as estrelas: “Eu me lembro”.

“Eu me lembro”. Sim, mas a vida esquece, pois o seu chamado vem do infinito, e ela continua a sua viagem sem carregar fardo nenhum, deixando suas lembranças nas desamparadas formas da beleza.

O NOME DA FELICIDADE



As pessoas buscam a felicidade!
Procuram-na no dinheiro,
Na riqueza e,
Em belos vestidos!

Outros fazem longas viagens,
Cruzeiros por alto-mar,
Safáris e jornadas turísticas.

Há aqueles mais simplórios:
Uma bebida,
Uma roda de amigos e,
Tudo bem...

Eu também encontrei a
Felicidade,
E para mim,
Ela sorriu com seu
Rosto mais bonito!

A felicidade para mim
Também tem um nome:

O seu!!!!

domingo, 16 de agosto de 2009

RECEITA APÓCRIFA PARA A VITÓRIA


Meu amigo, tu tens de ser forte... Forte!
Tens de buscar energia em meio as tempestades de teu cotidiano,
Tens de buscar ânimo em meio ao árido deserto que se abre à sua frente.
Ninguém jamais lhe falou que seria fácil!
Porque se fácil fosse, a vitória não teria honra,
Seria de todos,
De fracos e miseráveis,
De orgulhosos e fúteis,
De gente que não merece estar aos pés do sucesso.
Tu tens de ser forte... Forte!
Esta é a única alternativa que lhe resta.
Deves sangrar tua dor publicamente
Com um leve sorriso nos lábios.
Deves ter otimismo e esperança
Quando cabeças baixas forem seus vizinhos.
Ainda que teu coração carregue nuvens negras
Tuas palavras devem florescer brisas e belos dias de sol.
Sei que estais cansado e ofegante,
Mas teus passos devem ser de um jovem vigoroso.
E teu olhar... Ah! Teu olhar deve resplandecer
O brilho dos que acreditam e dos que sensibilizam.
Não reclame!
Não blasfeme!
Não jogue tudo para o alto!
És forte e corajoso, enfrente tua dor com galhardia,
Com a fé dos guerreiros.
Lute... Lute por sua vida e por seu coração!
Em confio em você, meu amigo!
E, amanhã, quando sorrires e teu sorriso
Carregar o encanto da vitória
Não estarei na filha dos abraços e tapinhas nas costas
Que certamente serão destinados com fartura para ti.
Serei o que tu não virás.
O que estará mais escondido,
Pois não necessito de agradecimentos
Ou recompensas outras de ti.
Regozijo-me apenas com tua vitória,
Com tua capacidade de estar acima
Da dor e da alegria,
De sempre avançar em meio as intempéries da vida.
Não me procures...
Nem me cortejes levianamente.
Não temos necessidade disso...
Destas amabilidades desbotadas!
Sou teu melhor amigo,
Estarei sempre por perto
Sempre que o precisares!

Eu sou tua consciência!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

CARTA ABERTA À LIBERDADE



Aonde estás, Dona Liberdade?
Porquê, porquê não vens me buscar, logo a mim, que a tanto te aguardo.
Que queres mais de mim, Dona Liberdade?
Não provei que mudei, que corrigi meu erro, que dei minha parcela de sofrimento pela dor que causei.
Pedistes sangue, Dona Liberdade, e te dei meu sangue!
Pedistes honra, e entreguei toda ela no prato raso de minha dignidade.
Não lhe sou mais infiel com qualquer outro desejo, dedico todos eles em corpo e alma a ti, Dona Liberdade.
Meus joelhos calejaram de tanto rezar. Não tenho mais orações para qualquer outro santo que senão tu, sacrifiquei todos os demais puros no altar sangrento de minha esperança.
Meus olhos estão estéreis para todas as lágrimas, já as chorei todas.
Então... Q que queres mais de mim, se já lhe dei tudo o que tinha, tomastes o meu melhor e o comeste cru publicamente à vista de todos. Triste holocausto este meu.
Serão meus erros tão maiores que a minha humanidade que mereça eu ser assim, esquecido por ti?
Não quero seus afagos, nem seu carinho, sei que ainda há uma longa estrada para percorrer para que tenha direito à tua confiança.
Peço-te apenas, sua atenção, estique sua mão, tome a minha, e me leve daqui, me tire deste inferno quadrado e maciço...
Que promessas devo fazer mais?
Ainda assim, repito-as todas, serei bom, produtivo, um bom pai, um bom cidadão, um bom marido, respeitarei-te na rua da mesma forma que te respeito na clausura.
Porque aprendi de todas as formas mais sofridas, Dona Liberdade, que só damos mesmo valor para as coisas quando as perdemos...
Tenho tantas saudades de ti... Tantas saudades!
Tu que sempre me servistes teu mais doce vinho,
Tratando-me sempre como um cavalheiro.
E eu, como resposta, embebedei-me com teu néctar, e te usei da forma mais leviana, como se fosses tu, oh dama formosa, a mais leviana das meretrizes.
Fui tolo, oh dama, fui tolo...
Aonde estás, Dona Liberdade?
Perdoa-me e venhas me buscar....
Eu te aguardo com a fé dos desesperados,
Pronto estou para te dedicar amor e respeito eternos!

Venhas... Venhas, Dona Liberdade! Quero te chamar de minha novamente...

Meus pensamentos, um pássaro!


Quando paro para pensar em você,
Sinto-me como um pássaro!
Meus pensamentos voam
E não importa aonde estejas,
Eu alcanço você!

Nesse momento,
Eu me sinto feliz,
Pois apesar do corpo,
Estar preso a distância que nos separa,
Nada no mundo pode prender meus sentimentos,
Meus pensamentos...
Meu espírito...

Então, rezo agradecendo a força divina
Que pôs voce um dia em meu caminho!
Nesse dia eu aprendi a amar...
...e não quero nunca mais esquecer!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A MAIS BELA HISTÓRIA



A mais bela história
Não foi escrita nos jornais,
Nem está a venda
Nas livrarias.

A mais bela história,
Está sendo escrita agora:

Por mim...
Por você....

SONETO QUE CHORA OS AMORES QUE SE FORAM!

Fracassos, tive-os presentes em minha vida!
Alguns, arrancaram-me o sono!
Outros, arrancaram-me lagrimas!
Todos, fizeram de sonhos, causa perdida.


Não quero mais lamuriar minhas derrotas,
Tudo o que o destino levou, trouxe algo de volta,
A vida é mesmo um grande oceano,
Nascer, cais de partida! Morrer, porto de chegada!


Entretanto, de todas as minhas quedas,
A que calou mais fundo em minha alma,
Foi o meu amor por ti, nau despedaçada.


O amor nunca acompanha as marés,
O amor que se vai, vida desperdiçada.
E por não mais voltar, mais doída é essa jornada!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

POEMA PARA OS AMIGOS

Coloquei uma música clássica no som,
Talvez para que ela me inspire a escrever-lhes...
Como se isso fosse realmente possível,
Uma música, qualquer música,
Capaz de inspirar-me ainda mais a escrever-lhes.
Não necessito destes ópios auditivos
E nem outros com distintos sabores e formatos.

Meu ópio é o amor que nutro por vocês,
Aos antigos amigos,
Aos novos amigos,
Aos desconhecidos
e por isso mesmo, tão excitantes
(novos universos a explorar!).

Deixem-me somente amá-los, à minha maneira,
Ainda que eu suma por uns tempos
– a vida não me tem sido fácil -,

Ainda que eu não fale tão bonito quanto esperassem
– meu companheirismo com as palavras tem se perdido com o passar dos anos -,

Ainda que não tenha gargalhadas para ofertar-lhes...
– Oh! A contemplação sempre foi uma de minhas maiores virtudes!

Quero simplesmente que venham,
De todos os lugares,
De todas as formas,
De carro, voando ou descalços.
Venham sorrindo, venham chorando,
Venham cantando, venham flertando,
Com a vida e amigo com amiga,
Mas venham... Venham... Preciso de vocês,
Como a flor necessita da chuva,
Como a noite que se ornamenta com a lua,
Como o amante encantado de poesia.

E por falar em poesia,
São vocês meus amigos,
A poesia de nossa amizade!
Como posso recitá-los se não os vejo,
Se não os tenho por perto;
Preciso amá-los de perto... De perto!

Venham todos meus amigos,
Por que por tudo que percebo,
Não haverá o amanhã!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A Voz


Dedicado à voz de Antonio Marques Mendes


Há um lamento na voz,
Quando fala em meu pensamento,
Sussurra entre saudades meu nome.
Então, a divagar, me deixo levar pela voz,
E ela me conduz entre tristes lembranças,
Entre fartas reminiscências,
Somatórias de nossa vida em comum.
Seguro uma lágrima cristalina,
Contenho um gemido, abafando-o,
Prendo um grito que sugere seu nome.
Novamente seu nome, seu nome,
Sempre ele...
Busco uma fuga no trabalho,
Finjo uma paz, inquieta, em passatempos,
Sorrio com sorrisos prisioneiros,
Que se desgarram à força deste sofrer.
No recôndito da noite, solidão.
À luz do dia, disfarces e cortinas.
Não há dor aparente,
Não há alegria profunda,
Tudo, realmente vago, inseguro, imperfeito.
E essa voz insistente, a me afligir,
Segue-me em meus dias,
desolado cotidiano.
Contudo, por força do tempo e do hábito,
Aprendi a conviver com ela.
Choro de quando em quando.
Sorrio, sem qualquer encanto.
E aprendi a reconhecer nesta voz,
O nome que insiste em me trazer:
Pai!
Pai!
Pai!
Uma voz que vem além-mar...
Uma voz que vem da alma.
Oh voz que amo tanto!

domingo, 9 de agosto de 2009

ENSAIO PARA MÃES E FILHOS



dedicado a mãe Jaimerinda Avelina Mendes


A mãe estava em pé no lugar reservado para o embarque de passageiros.
O filho estava dentro do ônibus, aguardando o momento da partida.
Ela o olhou, de onde estava, cravando o olhar lacrimoso dentro do seu.
Ele retribuiu o olhar e o sentimento, com lágrimas fartas correndo pela face.

Não houveram palavras, nem grandes discursos, entre ambos.
A retórica ficou esquecida nas gavetas da consciência...
Não havia necessidade...
Não havia necessidade...

As pessoas os olharam, alguns ternamente, outros com nítida sensibilidade; houve uma meia dúzia de patifes que simplesmente debochou, não entenderam, ou desprezaram a cena.

Eles não se importaram, nem com os sensíveis, nem com os canalhas que também respiram o podre ar deste mundo.
Para eles, e somente para eles, haviam somente seus sentimentos...

A mãe que ama seu filho.
O filho que ama sua mãe.

Deixem-nos mundo, deixem-nos!
Nesse momento nada mais se faz urgente,
Tudo é supérfluo quando se comparado ao amor de uma mãe e um filho.

... E quando o ônibus partiu, deixou uma mãe triste na rodoviária...

... E quando o ônibus partiu, levou um filho triste em suas entranhas...

Insensível ônibus...
Insensível vida...

... Um filho jamais deveria se separar de sua mãe...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

PEQUENO POEMA PARA QUANDO ADORMECER...


Ao adormecer,
Abrace forte o travesseiro
E pense em mim!!!

Eu...
Tão longe de ti,
Farei o mesmo...

E ficaremos assim...

PARA QUANDO A MEMÓRIA VIRAR PÓ...


Haverá o dia em que minha memória será pó
Em que meu nome será esquecido por tudo e por todos.
As árvores as quais subi,
Os caminhos que trilhei,
O sol que me acordou pelas manhãs,
O crepúsculo que, tantas vezes, me teve como vivaz espectador,
Todos eles terão me esquecido,
Pois minha memória será apenas pó!
Meus textos serão escritos novamente,
De outras formas, em outras línguas,
Por outras pessoas,
Pois os originais terão perecido comigo!
Meus feitos não serão exaltados!
Meu legado será tão pobre e medíocre
Que nem merecerá a atenção de rábulas.
Meu sangue estará misturado a outros sangues,
As obras que tiveram meu suor já terão sido derrubadas.
E outras maiores tomarão o seu lugar.
Aos olhos do mundo terei sido um inútil,
Alguém que veio para ser esquecido,
Alguém cuja biografia não mereceu citações
Nos livros de história,
Cujo nome jamais será nomeado com honrarias
Entre a nobreza dos novos tempos.
Morreu como plebeu, o mundo pensará,
E como plebeu deverá permanecer pela eternidade.

Mas, nunca me preocupei em vida com o mundo
E seu regurgitos de grandeza e sofisticação.
A grande verdade é que cuspi nos valores do mundo
E chutei todas suas noções de felicidade.
Então, porque depois que minha memória seria pó
Teria alguma preocupação com o que o mundo
Pensa de mim e de todas as minhas obras?
O mundo é estúpido, ainda mais estúpido que eu!
Não peço nada para o mundo,
E se pedir, que seja o esquecimento.
Quero que ele me esqueça de verdade,
Que me coloque entre os últimos de sua fila maldita.
Não quero nada do mundo... Nada!
Tudo o que peço é que Deus tenha piedade de mim
E me receba no grande dia de toda a humanidade
De braços abertos!
Que me entenda em minhas imperfeições!
Que me perdoe em meus erros e omissões!
A fraqueza faz parte desse corpo terreno de todos nós!
Que minha memória vire pó para o mundo...

... Que ela não seja esquecida por Deus!

Isto sim é o fundamental, para agora e todo o sempre!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Uma visão para o mar

Eu gostaria de ter uma visão para o mar,
Para o mar, de onde vêm as ondas
E se quebram na branca areia da praia.
Eu gostaria realmente de ter uma visão para o mar,
Uma última visão para o mar.
Para sentir o hálito fresco da brisa marinha,
Para ouvir gaivotas,
Para ouvir o mar de uma concha,
Para ouvir o mar
Ouvir o mar,
Ouvir o mar.


Talvez eu corresse para sentir a areia fina sob os pés.
Talvez corresse para abraçar a brisa fresca.
(que vontade de ser esbofeteado pela brisa fresca que vem do mar!)


Talvez corresse para as águas e mergulhasse,
Deixando-me envolver,
Misturando-me ao mar.


Não sei, não sei, são tantos os desejos,
Tantas liberdades tolas num sonho,
Sonhos enclausurados numa realidade mais tola ainda.


Tudo o que eu queria é ter uma visão para o mar,
Então as incertezas, as dúvidas, esfacelariam-se
Qual as ondas que se quebram nos recifes.


Tudo seria tão melhor
Se eu tivesse uma visão
Para o mar...
Para o mar...
Para o mar...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

ENQUANTO HOUVER PÔR-DO-SOL

.... E caia o crepúsculo!

Ele vinha lentamente
Indo de encontro ao
Próprio adormecer.

Eu ali,
Ao seu lado,
Pedia com os olhos
Para que o sol parasse
Nesse mágico ápice,
Que os minutos não
Mais corressem,
E o mundo então
Girasse a nossa volta!

Queria ficar ali,
Abraçado contigo
Para sempre...

E a realidade
Seria diferente...

Deliciosamente, diferente!!!

domingo, 2 de agosto de 2009

O TEXTO PERFEITO


Meu amor, estou em busca do texto perfeito.
Quero ofertá-lo a você, minha linda, minha vida!
Sentei-me em meio ao jardim, então,
Para capturar a magia do desabrochar de uma rosa,
Para aprender a paciência que existe
Na metamorfose de um botão em flor.
Buscar o texto perfeito, meu amor, exige paciência!
Depois, fiquei sentado no topo de um monte,
Atento observando o crepúsculo chegando
Esparramando seu manto negro por sobre o dia.
Aprendi meu amor, que tudo tem a sua hora,
O dia tem o seu momento,
E vai-se lentamente sem lutas ou contradições
Cedendo lugar para a noite ter seu espaço.
Tenho que deixar a magia ocupar meu coração, meu amor,
Vagarosamente...
Haverá o momento certo para o texto perfeito, haverá...

E eis a noite, eis a lua, o olho da noite.
Olhei fixamente para ele,
Deixando-me envolver por este encanto.
Preciso estar encantado meu amor,
Para poder escrever o texto perfeito para você.
Olhar no olho da noite,
Ensinou-me a olhar dento dos seus olhos.
E, diante dessa magia, aprendi com a noite e a lua,
Que o texto perfeito está em você... Em você...
Esta é a grande verdade que colhi, minha querida!
Olho agora para você e vejo o texto perfeito!
Estava o tempo todo em voce....
Entendi finalmente que eu não sou capaz de escrever
Algo que seja realmente perfeito para você.
És luz, paixão, e toda amor, minha querida.
Como posso escrever algo que seja realmente lindo
Para te ofertar neste altar de nossa paixão?
Não posso, sou pequeno... Sou pequeno...
Agora, tecerei o texto perfeito...
E irei te ofertá-lo num momento de amor.
Mas, não te minto, minha querida.
Ele não é meu!
Não fui eu quem o escrevi de verdade...
Eu o tirei calmamente de seu corpo
Enquanto dentro da noite
Descansavas da paixão que fizemos...

Entendas, como eu entendi, minha vida!
Os textos perfeitos não se fazem com palavras...
Os textos perfeitos nascem quando fazemos amor!

sábado, 1 de agosto de 2009

Por pensar em tí!!!

Seus olhos fecham-se quando pensas em mim?
Seus seios se crispam quando pensas em mim?
Sua boca umedece?
Seu corpo arrepia?
A brisa que toca seu corpo leva meu sabor?
O que lhe acontece quando pensas em mim????

Será que as noites são longas quando pensas em mim?
A aurora é mais bela quando lhe encontra pensando em mim?
Seus dias são pontuados de felicidades quando pensas, quando se flagras pensando em mim?
Sua vida, toda ela, nos cantos e recantos, se torna melhor quando pensas em mim?

Espero que sim....minha doce Femme....
Porque todas as vezes que penso em tí......
Meus olhos fecham-se....
Meu corpo arrepia....
Minha boca umedece.....
A brisa me acalenta......
As noites são as mais belas....
O alvorada é um momento fortuito......
Meus dias são carregados de felicidade.....
Tudo...tudo é melhor quando eu penso em você,,,
Mi dulce Belle Femme.....