terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Para todos os amigos e amigas que nos visitaram neste ano de 2008, desejo que o próximo ano seja coberto de sucessos, saúde, paz e prosperidade em todos os sentidos de vossas vidas maravilhosas. Sim, porque ainda que o sofrimento nos tome pela sua poderosa mão, viver ainda é maravilhoso e sempre será. 2009 será para vocês, meus queridos e queridas, um ano cheio de perspectivas e possibilidades, é este o meu desejo, e assim o será. E que, estejamos juntos novamente dividindo encantos e emoções por meio deste veículo, comentando idéias, sintonizados todos nós na emoção da poesia e de um texto.
Feliz 2009!!!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

QUANDO SE TOCA O AMOR...



Eu já toquei meus dedos, algumas vezes, no amor! Já o beijei ternamente e com a fúria do mais intenso dos amantes.



Eu já toquei meus dedos, algumas vezes, no amor!


Sempre questionei se foi o amor verdadeiro, pois há aqueles que defendam que a mulher que amamos hoje, não será jamais a mesma que amaremos no amanhã. Como se o amor fosse várias camisas que vestimos para combinar com essa ou aquela pessoa...
Não vou entrar em concepções filosóficas sobre o amor. Vivo tempos em que ando com a cabeça virada! Na verdade, não ando muito propenso a ficar pensando e escrevendo o amor, tenho saudades dele. Do seu sorriso infantil, do seu corpo quente, de sua piada engraçada, de ficar de mãos dadas com ele, da forma como ele me dava inspiração para escrever poesia. Tenho saudades do homem que fui que escrevia poesias. O amor transforma as pessoas, transforma as pessoas. Ele sempre te faz melhor do que realmente você é. Ele nos enche de algo dadivoso e sublime que transforma essa imensa casca que somos, enche-nos de pureza, de sentimentos, ficamos mais generosos, mais receptivos, mais atentos às coisas simples e importantes da vida.


Eu já toquei meus dedos, algumas vezes, no amor!


Hoje, ele me fugiu, escapou de mim para algum lugar abstrato. Olho para os meus lados e não vejo as cores, toda a vida em preto e branco, os eflúvios do amor não chegam mais a minha alma. Talvez um dia ele volte, para esta casa que sempre foi sua, trazendo em seu rosto aquele mesmo sorriso lindo, nos lábios aquela velha piada gasta e que sempre me fez rir, e que me faça os mesmos carinhos de antes. Seremos amantes novamente! Eu e o amor! Eu e o amor!


Eu estarei pronto para ti, amor....Estarei pronto para ti!!!
FOTO: Olhares.com

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Nos últimos dias nasceu em meu peito uma paz advinda do imperfeito, surgiu quando os erros alvoreceram, quando parei de me questionar sobre a perfeição e todos os seus efeitos devastadores em meu sossego.

Aprendi a sufocar as tolices da consciência.

Aprendi que o erro pode ser delicioso e que dele pode vir alguma paz... pode parecer estranho isso, mas as lutas na consciência foram contidas... consciência tranqüila, paz no front de nosso cotidiano.

Não falo isso com satisfação plena, sei que erro ao testemunhar algo deste porte. Mas a verdade tem que ser dita, pois furtá-la neste instante seria errar encima do erro.

Eu, durante toda a minha existência lutei para que a perfeição ganhasse notoriedade e ao final, não me sobrou quaisquer louros, não fui regateado nem mesmo aplaudido pelas minhas ousadias. Foi tão tola a minha coragem de buscar ser correto, sempre...

Então, ainda que insista nesta trilha, tenho me permitido flertar com alguns erros, tenho me permitido ser covarde por alguns instantes e correr desta obstinação de ser perfeito, desta luta contra tudo e todos – não nasci mesmo para ser mártir nem quero ser herói de coisa alguma – quero apenas sorrir e gozar um pouco esta felicidade mundana que todo o mundo reverencia de joelhos e se matam para tê-la, se o mundo adora a imperfeição será para ela que queimarei algumas velas, doravante.

Sei que alguns ficarão decepcionados, lamento por vocês, mas meu primeiro erro é começar a ser egoísta. A pessoa mais importante, nos últimos dias, tem sido eu próprio. Quem deve sorrir sou eu mesmo; a melhor fatia do bolo eu a peguei primeiro. Bah! para a educação, boas maneiras, protocolos e convenções. Elas me trouxerem até onde estou e o que sou, não necessariamente, reconheço como vencedor. A grande verdade é que perdi a sincronia comigo mesmo e com os valores que me trouxeram até aqui...

Confesso que vejo um ato de covardia em sangrar todos os meus valores publicamente, mas, o outro dos meus erros novos que me incorporei foi não importar com a opinião alheia... Se o público oprime a perfeição e elege o imperfeito, como pode o público me acusar por qualquer posição que tome nesse instante?

Veja, eu estou sorrindo, ouça o som estridente de minha gargalhada, alta, descompassada, satisfeita. Eu estou feliz agora... E, quanto mais alto gargalho, mas me esforço para acreditar que realmente sou feliz... que errar me fez mais humano e que buscar ser perfeito era o grande mal de toda a minha vida.

Prefiro continuar, assim sendo, me enganar descaradamente, errando em pequenos erros, acertando em pequenos acertos. Não são os erros nem os acertos que farão de mim o homem que quero ser, será a maneira como conjungarei-os, a forma pela qual absorverei-os para usá-los como novas possibilidades em meu pensamento, minhas idéias, meus desejos, meus procederes.

Por enquanto, fico assim mesmo, vivendo a vida com pitadas de imperfeição para que a grande receita no seu final esteja recheada de sorrisos e prazeres fáceis.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

E, DE REPENTE, NÃO É MAIS VERÃO...


Quando se vê já não é mais verão,
O inverno chegou,
A oportunidade passou,
E o que resta é esperar por uma nova chance.
Porque não existirá o amanhã,
Entendas isso definitivamente.
Tudo o que é realmente teu
É este segundo solitário de agora em que habita tua vida.
O amanhã pertence ao desconhecido,
Ao improvável,
Ao absoluto e intocável destino.
E, por assim ser, como saberás das
Artimanhas que este mestre do tempo
Estará tecendo para você?
Não percas tempo, portanto!
Até porque ele não é mesmo teu!
Tome de teu único segundo a oportunidade que ele encerra
E faça a tua vida extraordinária,
Pois a vida não se fará por você!
São tão maravilhosas as estradas
Reservadas para tí,
Mas, todas elas, estão camufladas pelo destino,
Envoltas em barreiras e dificuldades.
O destino não é teu amigo, nem de ninguém,
Ele somente serve a si mesmo.
Não o condene nem o culpe, ele foi feito para isso,
Para selecionar e exaltar os vencedores,
E, os vencedores serão aqueles que
Tomarem as rédeas do próprio destino,
Que domarem este feroz alazão chamado tempo,
E desenterrarem do seu segundo
Enclausurado no grande poço de todas as horas
A chance de ser feliz!
Domes teu tempo,
Conquistes teus ideais
Busque realizar seus sonhos,
Para que tenhas no dia em que o
Grande inverno instalar-se na sua vida,
Um brilho intenso nos olhos,
Um sorriso resplandecente nos lábios,
E muitas histórias para contar...
FRAGMENTOS DO DIÁRIO NUNCA ESCRITO POR MIM

" Entre todas as coisas do amor ( o amor habita um universo onde ele é o astro-rei), uma delas faz-me falta especialmente: beijar com paixão! Porque sexo se ganha aqui e ali e até, em casos extremos - existem aqueles que exercitam essa prática -, compra-se. Mas, beijo não! Beijo é uma conquista, beijo somente se ganha. Sonho com o interlúdio antes do beijo, com aquele instante mágico que existe entre o último olhar nos olhos da pessoa amada e o toque arrebatador dos lábios apaixonados. O beijo não é um ato físico, simplesmente, é em sua essência espiritual, o corpo somente concretiza os desejos que nascem na alma dos amantes... "

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

À PRIMEIRA ENTRE AS AMANTES


É madrugada, chegastes insônia no meio de pensamentos que cavalgavam reminiscências...

Há uma lua branca e enorme no céu agora, brilhante e escorregadia. Percebo sua agonia para tentar manter-se firme no alto do firmamento, espremendo-se entre as estrelas mas não há jeito, algo a impulsiona para baixo em uma tração alheia a sua vontade.

Houve um tempo, no passado – este grande baú onde esquecemos as reminiscências – em que recebia tu, insônia, com a expectativa e o tesão de um amante. Chegavas sempre às madrugadas, quando outras luas atalaias nos vigiavam do céu. Nestas horas, tu insônia, vinhas vestidas em rendas sem quaisquer outras peças por baixo de teus vestidos transparentes; trazias bocas, olhares e cheiros sensuais que instigavam minha essência masculina. Eu te recebia com um copo de vinho nas mãos, nu em corpo e alma, e um bocado de poesia nos lábios e no coração. E, enquanto a lua seguia sua trajetória, ficávamos assim insônia, fazendo amor fazendo poesia. Entre todas as minhas amantes, confesso-te, eras a que mais amava, mais aguardava, pois em teu corpo esguio e frêmito de desejos escrevia as mais belas poesias com a minha sensibilidade exacerbada pelos encantos todos que trazias.

Hoje, as luas são tão belas como as de outrora. E, em algumas madrugadas tu ainda vens encontrar-me, minha eterna amante. Mas algo mudou insônia, talvez em mim, talvez em você, como saber? Não te aguardo mais com aquela ansiedade furiosamente virgem. Habitam em meus desejos na madrugada o profano, meus pensamentos perderam a tênue película de virtude que possuíam, tornaram-se pagãos, todos eles. E, tu chegas, já toda nua, toda entregue, esquecida de sensualidades, entretidas com gestos e clichês pervertidos. Preferes, insônia, o fácil e o urgente, desprezando os melhores prazeres que sempre estão nos frascos da paciência e da persistência. Preferes a energia vulcânica dos finalmentes, esquecestes do poder sinérgico dos entretantos. Mudamos, ambos, insônia, fato. E com nossas mudanças, mudou-se a nossa forma de amar. A grande verdade é que não fazemos mais amor, as poesias fugiram de nós, desesperadas e tristes, para se exilarem num recanto qualquer desse planeta. Estamos sozinhos...

Mas é madrugada e outra bela lua vem brilhar no céu. Estamos ambos, eu e tu insônia, sentados lado a lado, iluminados pelo luar, o olhar nostálgico buscando outras luas e outras noites e suas reminiscências amorosas perdidas dentro do grande baú.

Oh, triste verdade, meu amor! Nossos corpos andam sedentos e áridos de poesia, não faremos amor nesta noite...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A leitura de “O DIÁRIO DE ANNE FRANK” é sempre algo edificante e emocionante. Edificante pelo aspecto que de pelo olhar de uma menina de 15 anos a gente consegue perceber a beleza da vida, mesmo quando estamos enclausurados dentro de um anexo secreto, sem possibilidades de contato com o mundo exterior. Emocionante, porque a vida na clausura motivada pela necessidade de sobrevivência em uma guerra estúpida, faz com que o estresse, as reduzidas perspectivas e seu olhar sobre todas as coisas nos mostrem o quanto um conflito pode retirar do homem o que ele tem de pior. Somos tão tolos, cassamos nossos semelhantes por diferenças que são tão banais quando observamos a grandiosidade do interior que uma menina como Anne Frank, por exemplo, pode demonstrar.

Trechos do livro:


Excelentes espécimes de humanidade, esses alemães, e pensar que na verdade sou um deles! Não, isso não é verdade, Hitler retirou nossa nacionalidade há muito tempo. E além disso não há maiores inimigos na terra do que alemães e judeus. (p.65, escrito por Anne em 09/10/1942, numa sexta-feira)



Anne Frank era judia e teve de se esconder, no anexo secreto, um cômodo na empresa do pai dela, com toda a sua família e outros judeus por mais de dois anos. Ainda que fosse alemã, como Hitler, o fato de ser judia não impediu os alemães de caçá-los.



Não Importa o que eu esteja fazendo, não consigo deixar de pensar nos que se foram. Eu me surpreendo rindo e lembro de que é uma desgraça estar tão alegre. Mas será que eu deveria passar o dia inteiro chorando? Não, não posso fazer isso. Essa tristeza vai passar. (P.81, Anne Frank em 20/11/1942, sexta-feira)



Eu poderia passar horas contando a você o sofrimento trazido pela guerra, mas só ficaria ainda mais infeliz. Só podemos esperar, com toda a calma possível, que ela acabe. Judeus e Cristãos esperam, o mundo inteiro espera, e muitos esperam a morte. (P.91, Anne Frank em 13/01/1943, quarta-feira)



O livro foi editado pela Record e recomendo a sua leitura para todos, é um dos documentos mais impressionantes sobre a segunda guerra, sobre o holocausto e sobre o efeito devastador disto tudo sobre o espírito humano.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SONETO DO SORRISO PERFEITO




É o dia incompleto, doce mulher,
Até o momento de seu despertar!
O sol esconde-se por trás dos montes,
Tímido e ansioso em seu levantar.


Porém, quando abres os olhos!
Quando um sorriso em alvorada,
Vem em sua linda face brilhar,
Toma coragem o sol, rompe a madrugada,


E vem o mundo acordar!
Tola teoria, doce mulher! Engodo!
Na verdade, o sol, vem te espiar,


Perseguir-te por todos os dias,
Aonde quer que vás, indo embora,
Quando a noite matreira vem lhe nos roubar
!
Foto: Olhares.com

terça-feira, 9 de dezembro de 2008



Não me lembro de muita coisa daqueles tempos, lembro das chuvas que caiam, quase que frequentemente, molhando as ruas poeirentas, as tardes quentes e os sonhos de todos os guris.

Lembro da inocência nos meus olhos, na minha boca, e nas palavras que saiam de meus lábios puros. Não precisávamos de quase nada para ser feliz, apenas um dia de sol, talvez uma meia dúzia de guris danados, e um grande terreiro para brincar. A felicidade habitava mesmo nas pequenas coisas, naqueles tempos.


Não me lembro de muita coisa daqueles tempos, lembro da minha juventude e de como achava todas as coisas fáceis. Todas as coisas são realmente fáceis quando se é guri, se é jovem! Acreditava que o tempo não existia e que aniversários somente haviam para que comêssemos bolo e glacê. POrque ninguém me ensinou coisas sobre responsabilidades com o tempo e como em devemos gasta-lo. Quando elas chegaram, as responsabilidades, trazendo suas caras feias e chutando a pontapés as brincadeiras de criança me pegaram desprevenido. Ainda pensava em coisas de guri e a juventude já tinha novos ares e novas facetas naquele corpo que havia esquecido como era ser curumim!


Não me lembro de muita coisa daqueles tempos. Talvez porque não queira realmente lembrar, penso que esqueci com o tempo e as novas responsabilidades a receita simples da felicidade. Devo ter feito isso, esquecido propositalmente as coisas daqueles tempos...a infância - tempos em que fui feliz! Por que se esquecer de verdade que fui feliz um dia, talvez consiga enganar a mim mesmo e seja feliz de novo, de outro jeito, não tão virtuoso... mas feliz, de novo...de novo...de novo!!!
Foto: Olhares.com

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Eu nasci na era da fumaça, no tempo dos trenzinhos de fumaça, tempo de viagens longas, paradas longas, de pequenas estações à margem da estrada, igual ao poeta Mario Quintana.
Eu nasci no tempo das flores, em que elas habitavam os jardins e não dividiam espaço com antenas parabólicas.
Eu nasci junto com meu primeiro sorriso e ele resiste apesar de tudo o que a vida me tem feito, brincando em meus lábios como se fosse uma criança peralta. Nasci no tempo das peraltices, roubar goiaba, tomar banho nu nos rios, jogar futebol no campo de areia, chegar sujo em casa para almoçar e levar bronca da mamãe. Que delicia levar uma bronca da mamãe!!!
Eu nasci no tempo em que se falava um palavrão sem pensar duas vezes e sem ficar se desculpando depois, palavrão que somente provocava a fúria de algumas gargalhadas amigas. Tempo em que até mesmo as obscenidades carregavam sua dose de lirismo.
Eu nasci com amor, aprendi poesia vendo o sol nascer e a primeira lágrima que verti foi deliciado com o crepúsculo de uma tarde maravilhosa. Minha primeira frase foi: “Eu te amo!” E mamãe chorou abraçada comigo sufocando-me em seus braços majestosos, firmes e protetores.
Meu primeiro beijo molhado foi roubado! Minha inocência usurpada em meio a uma adolescência ingênua. Ainda sinto nos lábios o calor daqueles lábios ladrões que mais que um carinho me levou a infância. Santa e bendita ladra! Tempo em que até mesmo os ladrões eram cultuados. Depois daquele dia fui violentado por ela um milhão de vezes em pensamentos!
Acreditem, nasci num tempo não tão distante assim. O que é a idade para uma mente aberta, um coração apaixonado, um espírito carregado de poesia? Sou fruto de meus sonhos e todos os dias sonho com tempos assim. Assim renovo meus sonhos, renovo minhas concepções, renovo a mim mesmo. Faço de meus sonhos, a minha vontade; e de minha vontade a eterna fonte da juventude. Ser feliz é tudo o que realmente vale a pena nesta vida tão fugaz...


Por Gilberto Avelino Mendes, em 24/07/2006, às 18h17min.
Foto: olhares.com